sábado, 31 de outubro de 2015

Brinquedos fazem crianças felizes de geração em geração

Não sei como costumam fazer os futuros pais, se costumam comprar muitos brinquedos antes do bebé nascer, se nem compram brinquedo nenhum. Como em tudo, deve haver pais que compram muitos brinquedos e pais que não compram nada. Nós até agora compramos dois brinquedos, um destes que eu acho que é mais para nós que para o bebé, pelo menos nos primeiros tempos e um cão de peluche. E se formos a ver nem precisávamos de comprar nada, mas também gostamos de fazer o miminho.

O facto de não termos comprado mais nada deve-se a diversos motivos:
  • Achamos um exagero a quantidade de brinquedos que as crianças têm actualmente;
  • Há coisas muito mais necessárias onde gastar dinheiro nestes primeiros tempos.
Estes dois motivos juntam-se no outro que é de certeza que alguém nos vai dar uns brinquedos, por isso não vale a pena enchermos uma criança de brinquedos e gastarmos imenso dinheiro.

Mas há uma pessoa, mais espeficamente a minha sobrinha que tem oito anos, que considera que é essencial que o futuro primo ou prima tenha muito com o que brincar. Então anda decidida a desfazer-se de alguns dos seus bonecos para o futuro bebé. E é isso que vai fazendo, já trouxe uns quantos peluches. O que é óptimo, porque estamos a dar uma nova vida aquele peluche, a fazer mais uma criança feliz e porque assim eu não vou ter de comprar peluches. Sim, simplesmente quero comprar estes brinquedos, tanto eu como o meu namorado adoramos estes brinquedos de madeira, sobretudo o ábaco, a pirâmide de anéis e o jogo do labirinto. Acho que se fossemos apenas nós a escolher brinquedos, sem a futura opinião do bebé, quando a tiver, ele brincaria a vida toda só com isto.

Mas a minha sobrinha já me trouxe uns quantos peluches, entre os quais está uma boneca super fofa, coisa que a minha irmã perguntou-me se eu tinha problemas se fosse menino de ter uma boneca, ao que lhe disse logo que claro que não. Entre os diversos bonequitos estava este.

Imagem própria


O caozinho minúsculo, mas que me fez sorrir de alegria. É que este caozinho era meu, nem sei bem como foi parar à minha sobrinha porque tenho ideia de ter dado os meus bonecos muito antes dela nascer. Mas a verdade é que era meu, lembro-me perfeitamente e a minha irmã confirmou, fazia parte de um conjunto que era uma cadela e cinco cães (acho que o resto dos bonecos já de perderam por qualquer lado). A cadela tinha uma abertura na barriga e eu fazia-lhe o parto dos cães. Nunca mais tinha visto estes bonecos, por isso quando o vi foi uma grande alegria. Se nunca tivesse dado aqueles peluches talvez se agora os fosse buscar, mas a alegria não seria tão grande, mas rever um peluche com uns vinte anos que já alegrou outras crianças voltar para mim fez-me mesmo feliz.

Faz-me pensar que um boneco pode ser usado durante anos e fazer felizes muitas crianças. Não é preciso inundar as crianças de brinquedos novos. Desde que eles vão passando de umas pessoas para outras pessoas.

Entre os bonecos, a minha sobrinha também me trouxe esta galinha feita pela minha irmã. Mas como a minha irmã nunca a terminou, a minha sobrinha decidiu fazer os acabamentos finais.

Imagem própria
Como lavei os peluches e os acabamentos eram em papel tive de fazer uma nova cara à galinha. Utilizei feltro, mas só tinha verde, azul e cinzento e não quis ir comprar mais, por isso ficou com um bico e uma crista cinzenta. Paciência, talvez seja alguma doença de galináceo. Sei que está um bocado estranha a galinha, mas pronto, é a imaginação e às vezes a falta de jeito. Uma galinha à moda cá de casa.

Imagem própria

E assim, a reutilizar os brinquedos e a regenerar alguns, espero que eles contribuam para a felicidade do meu bebé. Para finalizar e para provar como as coisas podem mesmo ser usadas por uma infinidade de pessoas, a minha sobrinha também se decidiu a trazer-me diversas fraldinhas de limpar bebés que eram dela, algumas estão bem velhinhas, mas acredito que dêem jeito. Entre as fraldas que eram dela, estava esta bordada a dizer Pedro. Não faço ideia quem seja o Pedro, mas significa que além da minha sobrinha já serviu a algum Pedro. O meu bebé se for rapaz não se chamará Pedro, mas acho que não leva a mal que eu use a fralda com nome trocado.

Imagem própria

Outra coisa que vou aproveitar que era minha para o quarto do bebé é o meu globo candeeiro. Andava como um problema geográfico que era se o globo ainda tinha a Jugoslávia, mas já confirmei e já não havia Jugoslávia na altura. Mas não tem o Sudão do Sul... hmm mais tarde terei de lhe explicar que as fronteiras se vão alterando.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A bela natureza - o pé de feijão

O meu pai costuma debulhar o feijão numa mesa que temos no quintal. E depois o feijão fica por ali a secar algum tempo. Naturalmente, há sempre um ou outro que caí no chão em sítios que nunca mais os vemos. E são esses pequenos gestos de naturalidade que fazem nascer feijoeiros nos sítios mais inesperados.

Imagem própria

Imagem própria
Entretanto a metereologia, o cão a correr, nós de um lado para o outro, não vamos permitir que a vida destes pequenos feijoeiros continue por muito tempo. Se não morrerem por eles, acho que os teremos de arrancar mais dia menos dia. Mas a natureza consegue sempre germinar mesmo onde o ser humano não quer. Ela sempre a contribuir para nós e nós a destruí-la.

Agora lembrei-me quando andei a trabalhar há uns anos num aterro que de aterro não tinha nada, basicamente uma empresa que recebia resíduos e em vez de os aterrar de forma correcta, simplesmente os enterrava sem qualquer cuidado, o que contribuiu para a poluição de umas ribeiras nas imediações. E um dia no meio daquele lixo todo, estavam umas belas couves (provavelmente todas contaminadas) que tinham nascido ali por acaso. Há coisa mais bela?

Para finalizar lembrei-me de um tipo de vegetação, o conceito que mais gostei das aulas de biogeografia, a vegetação ruderal.

"Ruderal (do latim: ruderis; "entulho") é a designação dada em ecologia às comunidades vegetais que se desenvolvem em ambientes fortemente perturbados pela acção humana, como seja cascalheiras, depósitos de entulho, aterros, bermas de caminhos e espaços similares. Por extensão, designam-se por "plantas ruderais", ou por "vegetação ruderal", as espécies e as comunidades vegetais típicas desses ambientes." (in https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruderal

Esta vegetação ruderal que às vezes parece querer estragar a paisagem construída, mas que apenas está a tornar o ambiente mais saudável.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A cebola, o tomate e uma das minhas sopas favoritas

Se houve vegetal que este ano tivemos em abundância cá por casa foi a cebola. Aliás, a cebola e o tomate. Ainda nos restam imensas cebolas e imensa polpa de tomate que fiz. A polpa de tomate deve dar até ao próximo ano quando os tomateiros começarem a produzir, as cebolas vão-se sempre estragando algumas por isso chegará a altura que temos de voltar a comprar.

Nós costumamos oferecer o que temos às pessoas que vêm cá a casa, podem ser cebolas, tomates, pepinos, courgetes ou qualquer outra coisa. Este ano muito me admirei quando duas pessoas distintas, depois de eu ter oferecido cebolas me disseram que não valia a pena, que em casa não comem cebola. E até me chegaram a responder o mesmo com o tomate. Devo ser bastante ceboleira e tomateira porque ponho estes dois alimentos quase em tudo, sobretudo a cebola. Aliás, devo confessar que fiquei a pensar no que afinal as pessoas comem.

Eu uso cebola nas sopas, nas saladas, às vezes cozo cebola para comer com peixe cozido, cebola nos refogados, cebolas quando faço lasanha ou bolonhesa, cebola no arroz, cebola quando asso alguma coisa no forno para fazer cama, omolete de cebola, carne de cebolada, guisados de feijão levam a dita cebola também, cebola picada no bacalhau ou atum com grão. Eu sei lá, acho mais fácil dizer no que não ponho cebola porque a utilizo quase para tudo.

O tomate não utilizo tanto, mas adoro salada de tomate, ponho tomate nas sopas, nos refogados e utilizo o molho de tomate caseiro. E claro, no maravilhoso arroz de tomate, ai, ai.

Por isso, não consigo imaginar bem o que é cozinhar diariamente sem estes alimentos. Podemos não ser vegetarianos, mas a introdução diária de vegetais é importante para a nossa saúde.


Pelo que andei a ver, a cebola tem um flavonóide chamado quercetina que pelos vistos faz bem a tudo. A cebola é um óptimo anti-oxidante, melhorando a actividade cardiovascular, anti-inflamatória, antitumoral, imunologica e antiviral.

O tomate é um alimento rico em licopeno, seja o que isso for, vitaminas do complexo A e B e minerais importantes como o fósforo e o potássio, ácido fólico (importante na gravidez), cálcio e frutose.

Até podemos não saber exactamente ao que isto faz bem, mas faz bem e torna a comida muito mais saborosa, acho eu. A introdução de vários vegetais quando cozinhamos também nos faz diminuir a quantidade de carne ou peixe que consumimos. O que também é positivo em diversos aspectos.

Por isso faz-me confusão como é que há quem nunca use cebola e tomate na sua alimentação.

E por isso deixo aqui uma sopa onde a cebola e o tomate são reis. Esta sopa é bastante pessoal, porque não conheço mais nenhuma família que a faça. Na minha família chamam-lhe sopa de batata. A minha mãe contava que era a sopa que antigamente se comia quando não havia mais nada. É uma sopa pobre, porque não tem nem hortaliça, nem leguminosas, mas eu adoro.

Sopa de batata cá de casa (eu não sei quantidades, faço tudo a olho)

- Batatas (cortadas às rodelas fininhas)
- Cebola (cortada às rodelas fininhas)
 
(eu ponho tanta cebola como batata, porque gosto mais do sabor da cebola, mas a minha tia por exemplo põe bastante mais batata que cebola)
- Tomate (em menor quantidade cortado ao pedaços)
- Dois ou três dentes de alho laminados
- Arroz carolino (ver a quantidade de forma a que fiquei assim uns bagos perdidos pela sopa)
- Polpa de tomate (de preferência caseira para não ter aquele sabor tão forte)
- Azeite
- Sal e pimenta
- Salsa (opcional)

Numa panela com azeite no fundo, deitar a cebola, os alhos, as batatas e o tomate em pedaços, deixar corar, juntar polpa de tomate suficiente para que o caldo fiquei bem alaranjado, encher de água, um pouco acima dos vegetais. Quando estiver cozido juntar o arroz carolino e ir mexendo. Temperar de sal e pimenta a gosto, depois de feita juntar a salsa. E é isto, mesmo sopa de pobre, poucos ingredientes e pouco trabalho. Mas eu gosto bastante.

A minha sogra nunca tinha provado e um dia eu fiz e ainda hoje ela fala como lhe soube bem a sopa. Como é diferente das sopas que estamos habituados, às vezes parece que ainda sabe melhor.

O meu pai diz que na terra dele, antigamente, quando as pessoas não tinham nada, faziam uma sopa parecida, mas sem tomate.

Imagem própria

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

O mar menos azul

Na postagem O lixo voador falei ligeiramente sobre as ilhas de plástico que existem nos oceanos, plásticos esses que matam todos os anos imensos animais. Agora encontrei esta imagem, a qual acho que consegue ser bastante poderosa.

Imagem retirada de https://www.facebook.com/EcoInventos/photos/a.307289655972968.62491.207354825966452/891916637510264/?type=3&theater

E lembrei-me deste vídeo que é tocante.



No dia que esteve muito mau tempo, de tal forma que cá em casa partiu-se a estrutura onde costumo estacionar o carro e umas pernadas da anoneira, a entrada do portão ficou inundada de folhas secas e plásticos. A rua já não escoava a água da chuva, o meu pai foi limpar a entrada, apanhou aquilo tudo e pôs no lixo comum. Claro que o ideal teria sido separar, mas era o lixo que as pessoas deixam pela rua, que a junta de freguesia raramente limpa e estava um mau tempo terrível. Fiquei toda contente, porque ele ao menos decidiu deixá-lo no lixo e não simplesmente afastar da frente da nossa casa para outro sítio qualquer como muita gente faz.

Pôr plásticos no lixo comum não é a melhor solução, mas se acham todo o processo de reduzir, reutilizar e reciclar um disparate, deixem o lixo no contentor. Agradece a nossa saúde, a dos animais, agradece o ambiente em geral.


terça-feira, 27 de outubro de 2015

Animais - o caso das galinhas

Eu gosto muito de galinhas, de tal forma que acredito que seja das pessoas em Portugal que já leu mais sobre este animal, sem contar com pessoas que trabalhem diariamente no sector. Acredito que seja das pessoas que já li mais sobre o assunto, porque não conheço mais ninguém que ande a investigar sobre galinhas ou que já alguma vez tenha lido alguma coisa sobre o assunto.

Como já tive a oportunidade de explicar na postagem Alimentação - o meu calcanhar de Aquiles?, não sou vegetariana, todavia também não sou grande apreciadora de carne. Por isso, acho que também não teria grande dificuldade em ser vegetariana. Mas também não creio que o consumo de carne, por si, seja um problema nem a nível ambiental, nem signifique falta de consideração pelos animais. Na minha opinião, o problema do consumo de carne é a forma como o fazemos.

- Ingerimos uma quantidade exagerada de carne;
- Estragamos uma quantidade incompreensível de carne;
- Mantemos os animais a viver sem qualquer tipo de condições;
- Para termos a quantidade de carne que produzimos damos aos animais rações e hormonas que lhes fazem mal, a eles e a nós (já falei nisso em A importância das abelhas);
- Destruimos ecosistemas para conseguirmos ter grandes plantações de diversos cereais (nomeadamente a soja) para alimentarmos animais;
-Etc, etc, etc

E se formos a pensar nisto tudo, realmente comer carne é um problema gigantesco. Mas porque é um problema tão grande? Porque queremos consumir muito, mesmo que no fim vá para o lixo, a preços muito baratos. Isto para mim é um argumento válido, não para se deixar de comer carne, mas para restringir bastante o seu consumo. Mais vale comer menos, ser mais saudável e proporcionar melhores condições aos animais.


Isto para mim é um argumento:
Não se percebe bem, mas na imagem dividem os pintos acabados de nascer, os que têm imperfeições e a maioria dos machos são condenados à morte e servem de ração para outros animais
Imagem retirada de http://revistatrip.uol.com.br/165/frango/02.htm

Isto para mim não é um argumento:

Imagem retirada de https://www.facebook.com/associacaovidaanimal/photos/a.503087516450063.1073741832.340041726087977/901598449932299/?type=3&theater
Não quero dizer que para mim gatos e cães são diferentes de porcos e vacas. Há países do mundo onde comem cães e gatos e isso não me transtorna, quer dizer para mim é estranho porque não é a minha cultura. Mas para um mulçumano também é estranho comer porco e para um hindu comer vaca. O que eu quero dizer é que a questão da vida animal tem muito que se lhe diga.

Por isso vou falar no caso das galinhas, esse animal fascinante que mantém relações de amizade entre si e uma hierarquia bem definida (sim também já passei muitas horas a observar as ditas). As galinhas são animais domésticos, não evoluíram para o que são hoje em dia por uma selecção natural, a galinha é o resultado de uma evolução feita pelo homem, por isso não há galinhas em estado selvagem. O próprio nome da espécie o diz, Gallus gallus domesticus.

O que eu quero dizer é que foi o ser humano que "adaptou" outras espécies como o galo-banquiva (Gallus gallus) para o que é hoje a galinha, o mesmo se passou com as vacas, os porcos, etc. Estes animais só existem como os conhecemos porque os seres humanos assim o fizeram e com que fim? O consumo humano. Obviamente não se pode é comparar o exagero do consumo humano actual de carne com o que seria necessário.

Mas estes animais têm menos direitos que os outros? Claro que não. Mas a minhas questões são:
  • Se deixarmos de comer estes animais, eles deixam de existir? (a sua extinção terá algum problema?)
  • Continuaremos a criá-los se não nos trouxerem nenhuma vantagem económica? (claro que há quem o faça, mas são raras as pessoas dispostas a criar animais deste tipo só porque sim)

Pois não sei, cada pessoa faz o que achar melhor, comer ou não comer carne. Na minha opinião, a solução não passa por deixar de comer carne, mas passa por restringir o seu consumo. Acredito que deviam existir leis mais rígidas que obrigassem os produtores a não alimentar os animais com rações e a serem proibidos de lhes dar hormonas de crescimento. No caso das galinhas, as produções deviam ter áreas suficientes para que as galinhas possam esgravatar e tomar banhos de terra como elas tanto gostam. O que significa que os preços da carne subiriam bastante, e daí?

Daí, nada, afinal não precisamos consumir tanta carne. Como consumidores deviamos pensar que consumir menos, ao mesmo preço, pode ser bom se significar uma melhoria para a vida dos animais e para a nossa própria saúde. E acho que aí, as entidades que protegem os animais têm um importante papel a desempenhar. Acredito que o caminho não deva ser a propaganda de "não coma animais porque têm todos direito à vida", mas sim "não é por serem nosso alimento que não têm direito a uma vida digna". Os animais não sonham com o seu futuro como nós, não fazem planos, mas sofrem, por isso devemos causar o mínimo sofrimento possível.

Isto é a minha opinião, cá em casa temos bastantes animais, mas não os matamos só porque sim, matamos para consumo próprio. Mas não é por uma galinha ou uma cabra estarem velhas que as matamos. Normalmente, no caso das galinhas apenas matamos machos, é talvez uma forma de preconceito de género. O facto de matarmos os machos para consumo apenas tem uma razão, a existência de muitos machos no mesmo galinheiro faz com que andem sempre à luta, acabando muitos por morrer. Mesmo assim, neste momento acho que temos quatro galos, o que algumas pessoas acham um exagero, mas eles têm-se comportado bem.

Mais uma vez, a existência de vários machos de uma espécie e as lutam que travam até à morte de alguns deles mostram-nos que os animais são animais. Ao contrário do que muita gente diz os animais não são bonzinhos, porque não têm o conceito de bom e de mau, são seres com instinto. E se existirem 10 galos juntos para menos de 100 galinhas vão lutar pela sua hierarquia até alguns morrerem, quer na luta, quer porque não se conseguem alimentar.

Tratar os animais decentemente sim, humanizar os animais querendo que eles deixem de ser o que são para mim não.

E deixo algumas fotografias do que eu acho que são animais a viverem como animais de uma forma decente. Todas tiradas cá pelo quintal.

Imagem própria
Imagem própria

Imagem própria

A minha gata a confretanizar com uma galinha
Imagem própria

Imagem própria

O meu cão pronto para levar uma marrada
Imagem própria

Imagem própria

segunda-feira, 26 de outubro de 2015

O lixo humano: Portugal-Angola

No outro dia um amigo dizia-me: "em Angola as pessoas vivem bem, eu sei porque fiz muitos trabalhos para Angola, há trabalho e ganham bem, por isso é que votam nos mesmos"

Respondi "Vivem bem? Sabes a quantidade de pessoas que vivem em situações miseráveis? Sem comida, sem nada?"

Resposta: "Ah mas esses não se importam com a política, não contam"

Hein? Não contam?
Há humanos de primeira e de segunda é?
Como se pode dizer que num país com uma democracia a fingir se vive bem? Onde para uns viverem bem outros são miseráveis? Mas será que as pessoas têm a noção da realidade? São conscientes? Ou são simplesmente más e centradas em si próprias?

Numa democracia, os cidadãos até podem não querer saber de política, embora devessem. Mas o Estado tem responsabilidade de querer saber de todos os cidadãos. Sim que eu nem vou contar o argumento seguinte que até tenho vergonha de o escrever.

Até porque por esta ordem de ideias, em Portugal também não há problemas, afinal se calhar quem interessa ao sistema até vive bastante bem.

Mas voltando ao caso angolano, deixo aqui esta crónica, sobre a tal democracia onde as pessoas (as que interessam, as que contam) vivem bem, Luaty e a vergonha Angola-Portugal de Alexandra Lucas Coelho. A vergonha da democracia angolana e da democracia portuguesa, desde da posição do governo à posição do PCP, sim aquele partido que lutou durante anos contra uma ditadura, mas que é amiguinho do MPLA.

E para não falar apenas da liberdade de expressão e da censura como se não fossem, por si, coisas demasiado importantes. Como é que pessoas conscientes podem dizer que em Angola se vive bem, quando tem uma taxa de mortalidade infantil de 167 permilagem? Ah esperem, os que morrem devem ser aqueles que não interessam...

domingo, 25 de outubro de 2015

Os resíduos falam comigo

Imagem própria
A prova como os resíduos confiam em mim. Chego a um sítio e uma garrafa fala comigo.

"Salva-me! Help! SOS!
Se não me resgatares a tempo, o André põe-me no lixo indiferenciado"

Ou então é a prova que os meus amigos acham que eu sou louca, mas não me importo.
Obviamente resgatei a pobre garrafa e deixei-a no vidrão.

sábado, 24 de outubro de 2015

Folhas secas

Hoje, o dia em que estou a escrever, não o dia da publicação desta mensagem (sim, eu costumo programar algumas publicações com uns dias de antecedência), está um verdadeiro dia de Outono, daqueles a sério com vento, chuva e muitas folhas caidas. Ao contrário de muita gente, adoro as paisagens de Outono, não propriamente quando está a chover, mas depois vê-las cheias de folhas amareladas, o aproximar do fim do ciclo. Adoro imagens de jardins repletos de folhas.

Imagem retirada de http://pt.depositphotos.com/10594248/stock-photo-park-bench-and-autumn-leaves.html

As folhas que caem não são lixo, embora em meios urbanos possam causar bastantes problemas, nomeadamente com o entupimentos das sarjetas, causando diversos problemas como as inundações. Nestes casos, obviamente que as folhas têm de ser retiradas para permitir o correcto escoamento das águas pluviais, afinal as nossas cidades têm poucas opções de infiltração para as águas (faltam mais espaços verdes). Embora deva dizer que a calçada portuguesa, comparativamente a outros tipos de pavimento permite a infiltração de alguma água.

Mas as folhas secas completam o ciclo da árvore, quando caem e se desfazem vão enriquecer o solo e fornecer nutrientes essenciais para as árvores. Por isso, da próxima vez que tiverem o vosso jardim ou o vosso quintal cheios de folhas secas, pensem que aquelas árvores agora nuas precisam que as suas folhas lhe voltem a dar alimento.

Verdadeiramente maravilhoso como a natureza pode ser tão perfeita.

Atenção a palavra humidade está escrita umidade porque a imagem foi retirada de um site brasileiro
Imagem retirada de https://www.facebook.com/SouResiduoZero/photos/a.585726881564341.1073741828.559238824213147/672327489570946/?type=3&theater

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Saber-Fazer

Este blogue não é sobre artesanato, nem sou uma artesã, mas acho essencial o saber-fazer. Saber-Fazer é muito melhor que comprar feito, seja o que for. Claro que nem todos sabemos fazer tudo ou temos tempo para fazer tudo. Por isso mesmo, dá imenso jeito existirem os supermercados cheios de coisas que podemos comprar: comprar, usar e deitar fora. Normalmente, este ciclo.

Acredito piamente que qualquer pessoa tem capacidade para aprender a fazer qualquer coisa, pode demorar, pode não gostar, pode nem fazer muito bem. Mas o ser humano tem uma grande capacidade de adaptação à mudança, logo qualquer pessoa pode aprender a fazer um bolo, a mudar um pneu, a montar móveis. Muitas vezes não somos encorajados a fazer as coisas e não acreditamos que conseguimos. Claro que acredito que todos conseguem fazer um bolo, mas nem todos teremos capacidade para ser um grande chefe de cozinha, todos podemos jogar futebol, mas nem todos seremos o Cristiano Ronaldo. O que eu quero dizer é que salvo raras excepções todos podemos aprender a fazer tudo, não quer dizer que sejamos extraordinários a fazê-las ou que gostemos de determinadas tarefas.

Mas por isso, acho que todos temos capacidade para aprender a Saber-Fazer. Muitas vezes dizem-me que sou muito prendada, eu nem acho, porque não faço assim as coisas muito bem feitas, mas gosto de experimentar fazer coisas novas, mesmo que corram mal, gosto de imaginar e criar. Talvez porque o meu pai é assim e a minha mãe também era assim. Estavam sempre a inventar alguma coisa, a concertar, a arranjar, mas nem por isso acho que me tenham incentivado muito a criar, mas devo ter apanhado o bichinho.

Acho que a minha geração, nascida nos anos 80 do século passado, foi um bocadinho habituada à inércia no que se refere às manualidades. Acho que os pais incentivaram muito a questão dos estudos, a famosa frase, estudar para ser alguém, que eu tanto detesto e esqueceram-se de lhes ensinar outras coisas. Lembro-me de ter amigas que os pais lhes diziam, tu tens é de estudar, não penses nessas coisas. Argumento que respondia a qualquer assunto, desde namorados, à política ou futebol como se tudo não fizesse parte da vida e o interesse por diversos assuntos não contribua mais para o nosso desenvolvimento pessoal do que ser o melhor aluno da turma.

Mas acho que se criou a ideia de que o ideal era estudar para ter um bom emprego (sim pouca gente refere que estudar é bom para adquirir conhecimentos) e ganhar bem, o que possibilita ter uma boa vida, comprar muita coisa e não precisar de fazer mais nada. Como se ter muito dinheiro e ter muita coisa seja por si uma certeza de felicidade, uma garantia de a pessoa se sentir bem sucedida. Adoro quando oiço, aquela pessoa está bem na vida, ganha bem, se calhar eu sinto-me mais realizada a ganhar mal. Já pensaram nisso?

Mas o que isto tem que ver com o Saber-Fazer? Para mim tem tudo, quando aprendemos a fazer pequenas coisas afasta-nos do sistema de dependermos do mercado e do dinheiro para tudo (dependemos sempre, mas em menor escala). O Saber-Fazer possibilita-nos sermos mais auto-suficientes. Isto para além de nos estimular a criatividade, a qual é extremamente necessária em muitos dias da nossa vida. Acho que Saber-Fazer, seja o que for, capacita-nos a saber lidar com os problemas e a resolvê-los.

A nível ambiental, acho que Saber-Fazer também é uma mais-valia, aprendermos a fazer algo faz-nos dar mais valor aos produtos, não valor monetário, mas valor ao que custa fazer algo. Mostra-nos como as coisas devem ser menos descartáveis e mais duradouras.

Por outro lado, Saber-Fazer também nos faz dar valor a quem faz. Não suporto pessoas que só sabem teorias e teorias e não dão qualquer valor a quem sabe fazer, seja o que for.

Isto é simplesmente a minha opinião.

Imagem retirada de http://kdfrases.com/frase/118768http://kdfrases.com/frase/118768


quinta-feira, 22 de outubro de 2015

Água - fonte de vida (cada vez menos)

A água é provavelmente o recurso natural mais importante que existe. É-nos essencial. Podemos viver sem tudo o resto, mas a água não pode faltar. Não é por acaso que as antigas civilizações começaram todas perto de grandes rios, porque precisavam de água e porque os solos em leito de cheia estavam carregados de nutrientes o que permitia uma agricultura fértil (antes de se porem os adubos, pesticidas e herbicidas).

Muitos desses solos com o avançar dos tempos e do crescimento das cidades foram sendo urbanizados. Em Portugal, alguns dos solos mais férteis, caso da região da Grande Lisboa estão todos ocupados por aglomerados urbanos, mas a isso não há volta a dar. Mas também não é disso que pretendo falar.

Nós gastamos muita água, acho que mesmo quem se preocupa em poupa-la, gasta imensa, porque o abrir da torneira se tornou um gesto demasiado banal. Acho que só damos conta de quantas vezes o fazemos quando nos falta a água em casa.

Portugal é um país muito rico em recursos hídricos, com destaque para o Minho e partes do Pinhal Interior, onde as nascentes se multiplicam. Se formos a ver, a água sim é uma verdadeira riqueza para um país, mais que o ouro, os diamantes ou o petróleo, mas parece que ninguém se dá conta disso.

Se gastássemos muita água e não a poluíssemos, o problema não seria tão elevado. Mas, gastamos muita água, poluímos muita água, gastamos recursos a limpar a água nas ETARs, continuamos a fazer descargas de água poluídas para os rios. Depois, assim de uma forma bem resumida, a água evapora, condensa e precipita, em muitos sítios Chuva ácida (o que se deve à poluição atmosférica) depois a água infiltra-se e os solos que são excepcionais filtros de água, nem sempre conseguem filtrar tudo, e isto é um ciclo que nunca mais acaba.

O planeta tem capacidade para absorver os nossos erros e corrigi-los, apenas não o consegue fazer à velocidade que nós os cometemos.E por mais que o conhecimento avance, não paramos de cometer erros, cada vez mais.

Olhem estas notícias de dois rios bem nossos conhecidos: Metais pesados acima do recomendado no rio Zêzere junto às minas da Panasqueira e Tejo, o rio perdido.

Devemos poupar água, tentar polui-la menos e reaproveita-la quando é possível. Não reaproveito muita água, mas tento sempre reaproveitar a água onde cozo os alimentos, onde os lavo e onde esterilizo os fracos. Normalmente, deixo a água arrefecer de um dia para o outro para regar as plantas, a água da cozedura dos legumes é especialmente boa porque fica com os nutrientes dos alimentos. Ás vezes também reaproveito a água de cozer peixe, mas não tenho a certeza se o devo fazer.

Outra coisa, tenho por hábito ver se os ovos estão em bom-estado, essa água como é limpa costumo guardar para o ferro de engomar.

E ainda uma coisa que não faço, mas sei que devia fazer é aproveitar água da chuva, quer dizer acabamos sempre por aproveitar a que cai no momento, uma vez que se infiltra logo no solo, mas sempre seria possível aproveitar mais alguma.

Claro que antes de reaproveitá-la, um passo essencial é reduzir o seu consumo, ter atenção às torneiras, se estas pingam, não as deixar a correr. Ter atenção ao autoclismo, será sempre necessário despejá-lo? Bem quer dizer, também não estou a sugerir que acumulem coisas infinitas lá dentro, não convém.

O ciclo da água

Imagem retirada de http://explorarasciencias.yolasite.com/5%C2%BA-ano-cn-%C3%A1gua.php

O ciclo da água quando é contaminada pelas actividades humanas

Imagem retirada de http://explorarasciencias.yolasite.com/5%C2%BA-ano-cn-%C3%A1gua.php

Nisto há um meio termo, a contaminação é elevada, mas a existência de ETAs (Estação de Tratamento de Águas) e de ETARs (Estação de Tratamento de Água Residuais) têm contribuído para a melhoria das condições da água. Todavia, não nos podemos esquecer que nem todas as águas são tratadas, nem em Portugal, quanto mais no mundo.

Imagem retirada de http://explorarasciencias.yolasite.com/5%C2%BA-ano-cn-%C3%A1gua.php
Por isso devemos:
- Gastar menos água;
- Reutilizar a água;
- Poluir menos a água que gastamos.

Conseguiremos na nossa vida diária fazer isto? Acho que se pensarmos nem que seja uma vez por semana nisto, ao fim de algo tempo já será alguma coisa.

Por fim, para as pessoas que me dizem que utilizar produtos descartáveis é melhor porque não se gasta tanta água. Nunca podemos ver somente a água que gastamos em casa, o fabrico de novos produtos gasta uma imensidão de água, muito superior à que utilizamos para lavar um produto idêntico.

quarta-feira, 21 de outubro de 2015

Lowsumerism

Lowsumerism ou consumir menos é o melhor que podemos fazer pelo nosso planeta. Tenho falado bastante sobre isto e já aqui disse que acho que o mais importante é ter um Consumo consciente.

E vi no blogue O único planeta que temos um vídeo muito interessante que partilho aqui, neste vídeo explica como tem evoluído o consumo, mostra no que este se tornou e foca um ponto muito interessante: como é que as preocupações ambientais dos anos 90 do século passado, no fundo não mudaram nada. Aliás, todas as mudanças foram para que o consumo seja cada vez maior.

O consumo transformou-se em consumismo, um modo de vida, uma questão de estatuto. Tive uma cadeira na faculdade chamada Geografia do Comércio e do Consumo, na qual tratávamos estas questões. Nomeadamente, o consumo enquanto modo de vida, uma questão de afirmação na sociedade, dos lugares de consumo como lugares de vivência e de experiências. Muitas vezes, as pessoas não consumem pelos bens em si, mas pela estatuto e aceitação que esses bens proporcionam. Como se diz, parece que o Ter é cada vez mais importante que o Ser.

terça-feira, 20 de outubro de 2015

Conhecer o nosso país, consumir nacional

Na minha opinião, para sermos mais sustentáveis antes de tudo devemos consumir menos, depois consumir local, produção local, cadeias de distribuição locais. Aliás, já escrevi isto várias vezes por aqui. Mas temos sempre de consumir e além do ter, há sempre alguma coisa que queremos, mesmo que não seja essencial. Por isso, temos de tentar sempre conciliar todas estas questões. E claro, o preço, infelizmente muitas vezes o preço é o que nos leva a decidir por um produto em detrimento de outro, não somos imunes a isso, sobretudo se temos pouco dinheiro.

E depois vamos às grandes superfícies para comprarmos as coisas mais baratas, às vezes não são tão baratas assim. Eu também gosto muito dos descontos do cartão continente, wells, zippy, modalfa, uma verdadeira cadeia à portuguesa. Mas mesmo quando somos preocupados e tentamos nestas superfícies comprar produtos portugueses ou europeus, nem sempre encontramos.

E parece que nada do que precisamos se faz em Portugal. E é aí que entra a importância de conhecer Portugal, eu conheço o país relativamente bem, de norte a sul, este a oeste e arquipélagos. Conheço de já ter ido e de ter estudado. Isto de ter um curso de geografia serve para alguma coisa, nem que seja para nos encher de conhecimentos sobre o nosso país. E nós produzimos muita coisa, talvez não em grande escala, mas há muita produção que talvez não seja competitiva com o que vem do exterior, nem consiga ter grandes canais de distribuição, mas desenvolve o nosso país. Desenvolve, dá trabalho e ao comprarmos local estamos a estimular a economia e a diminuir os gastos energéticos em transportes.

E agora vou dar dois exemplos que conheci por acaso, quando andava às voltas por esse país distante, coisas que não fazia a mínima ideia que existiam. Mas promovem o emprego e a continuidade de pessoas a morar em pequenas terras do interior.


Palaçoulo

Palaçoulo é uma pequena aldeia do concelho de Mirando do Douro, Trás-os-Montes conhecida pela industria da cutelaria e tanoaria (Palaçoulo a aldeia mais industrializada do país). Conheci esta aldeia há uns dois anos e não fazia ideia que uma pequena aldeia pudesse ter tantas pequenas fábricas.

Na altura fomos ver uma das cutelarias, por acaso entrámos na FILMAM, podíamos ter entrado noutra qualquer. Foi uma visita interessante. E claro, estávamos lá e comprámos facas para oferecer, pode parecer estranho oferecer facas, mas pronto é o que se arranja. Aliás, encontrámos um suporte para facas magnético como andávamos à procura há imenso tempo e nem em supermercados ou IKEA tínhamos encontrado.

Perguntámos onde podíamos encontrar os produtos deles em Lisboa, ao que nos disseram que vendiam muito pouco para Lisboa. Aliás grande parte da sua produção é para exportação. Nunca hei-de compreender esta lógica de exportarmos o que fazemos e importarmos produtos semelhantes. Mas bem, nos supermercados é bem fácil encontrar facas produzidas na Benedita. Por isso da próxima vez que precisarem de uma faca, lembram-se de ver a procedência.

Imagem retirada de http://www.filmam.com/

São Pedro do Corval 

São Pedro do Corval pertence ao concelho de Reguengos de Monsaraz, Alentejo e é uma aldeia conhecida pela olaria. Pelo que nos disseram é o maior centro oleiro (pelo menos de barro vermelho) de Portugal. Conheci esta localidade este ano durante as férias, porque alugámos uma casinha em São Pedro do Corval. As olarias são praticamente porta sim, porta sim como se pode ver neste link.

Nós fomos à Olaria Patalim, onde se pode conhecer todo o processo de fabrico dos produtos, além disso tem uma pequena exposição onde explica como se fazia antigamente. Gostei bastante. A olaria é familiar e o oleiro é uma pessoa jovem, o que me fez pensar que ainda há alguma vitalidade na olaria. E pronto lá comprei um tachinho que tem como objectivo fazer arroz de tomate.

Imagem retirada de http://www.pedrovilela.pt/2006/04/olaria-patalim-2/

São pequenos gestos de consumo é verdade, mas que nos fazem lembrar um lugar concreto e dar algum estimulo à economia local e consequentemente à fixação de população em terras conhecidas pelo despovoamento.

Claro que isto são apenas alguns exemplos, por esse país fora existem muitos mais sítios a conhecer.

Já agora, voltando à história das facas de Palaçoulo há uns meses dizia isto a um amigo, sobre exportarmos facas e importarmos facas. Ele dizia-me que a nível económico pode ser uma mais-valia, porque podemos estar a exportar um produto mais caro e a importar um produto mais barato. Não entendo nada de economia, mas quer-me parecer que estas lógicas económicas são muito insustentáveis.


segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Prioridade

Agora que estou grávida descobri essa coisa magnífica de ter prioridade. É um direito e acho muito bem. Mas tem dias...

Costumo ir para as filas de supermercado com caixas exclusivas (caso do Continente) ou com caixas prioritárias (caso do Jumbo). E dá-me imenso jeito, bem como nas finanças, por exemplo. Mas esta história da prioridade faz-me confusão, não as grávidas terem prioridade, mas outras pessoas que não têm.

Fui aos correios levantar uma encomenda e estavam cerca de cinco senhoras idosas à minha frente, o senhor que trabalha nos correios disse-me para eu passar à frente porque tenho prioridade. Recusei. Não estou com isto a dizer que todas as grávidas devem recusar, cada uma sabe como se sente. Mas a olhar para as senhoras com mais de setenta anos, algumas quase nos noventa e a olhar para mim, acho que mesmo com a aproximação do fim da gravidez tenho muito mais condições físicas para esperar do que elas, por isso recusei. É um direito é verdade e uso-o quando me sinto mais cansada ou quando a fila é composta por pessoas que se vê que estão visivelmente bem.

Lembro-me de uma vez, poucos meses antes de termos descoberto a doença da minha mãe, fomos tratar de qualquer coisa à Segurança Social. Isto foi em Agosto e aquilo estava lento, lento, uma quantidade de grávidas e de pessoas com crianças ao colo (na altura não havia senhas prioritárias, os prioritários chegavam à frente e eram atendidos). Esperamos eternidades para sermos atendidas. E não desconfiando que realmente algumas grávidas estivessem incapacitadas, lembro-me de a minha mãe me dizer que lhe custava muito mais esperar naquela altura em que estava saudável (bem afinal não estava) do que quando estava grávida.

A única coisa que realmente agradeço e aí aceito sempre é se alguém me der lugar num transporte público, único sítio onde realmente me custa estar em pé. Mas o mais engraçado é que já percebi que muitas vezes quem cede o lugar são os que aparentemente mais precisam deles. Por exemplo, há coisa de um mês fui lanchar a uma Padaria Portuguesa, os lugares estavam todos ocupados, muitos por pessoas que já tinham acabado de comer e apenas estavam a conversar ou a mexer no telemóvel. Eu em pé, à espera de lugar para me sentar e quem se levantou para me dar lugar foi um casal que ainda estava a comer. Eu disse bem alto para ver se os outros se tocavam "Obrigada, mas ainda estão a comer", o rapaz respondeu "Deixe estar, comemos em pé". E mais ninguém foi capaz de levantar o traseiro para me dar lugar ou ao casal que entretanto se tinha levantado e ficaram ali nos seus telemóveis e nas suas vidas sem pensarem que havia quem precisasse mais de estar sentado do que eles. A pessoa consumiu tem direito a usufruir do lugar, mas olhar à nossa volta não custa assim tanto.

Nisto, o que eu quero dizer é que mais do que o direito à prioridade ou o dever de dar prioridade devemos estar atentos às nossas condições e às das outras pessoas.

domingo, 18 de outubro de 2015

Reutilizar botões

Não sei se é muito comum as pessoas terem imensos botões em casa. Mas eu tenho, alguns bem velhinhos. A minha mãe guardava todos os botões. Lembro-me de ser pequena e brincar com eles. Mais ou menos há um ano decidi começar a fazer coisas com os botões que tinha por cá.

Fazer artesanato com coisas que já temos é estar a reutilizar materiais, dar-lhes uma nova vida. Além dos botões precisei sempre para as coisas que fiz de uma pistola de cola quente.

Imagem ilustrativa dos botões que eu tinha cá em casa na altura
Imagem própria
As primeiras peças que decidi fazer foram ganchos para o cabelo, quer de mola, quer tipo pinça. Ficaram como eu queria, mas ao estarem sempre no cabelo com o uso fui perdendo alguns botões. Então tinha de voltar a colar novos botões, de qualquer modo agora tenho o cabelo pequeno não dá para usar ganchos. Por isso, acho que ficam engraçados, mas não acho que seja uma ideia muito prática.

Imagem própria

Imagem própria

Como estávamos perto da época natalícia decidi fazer também uma coroa de Natal. Acho que fazermos coisas próprias para a decoração de Natal, bem como darmos presentes feitos por nós nesta época é o que representa verdadeiramente o espírito natalício. Como não gosto da loucura do consumismo, muito menos nesta fase de Novembro a Dezembro, aliás cada vez suporto menos, a única decoração que tenho de Natal é alguma coisa feita por mim. Não compro nada dessas coisas, nem uso, a não ser que cá em casa alguém queira comprar e montar. Mas acho que quando é feito por nós com recurso à reutilização de materiais, ou mesmo que se comprem materiais novos, é sempre original, bonito e verdadeiramente natalício.

Coroa de Natal
Imagem própria
A coroa passa o ano inteiro na parede ao lado da secretária do computador, ao lado de uma prancheta que eu gatafunhei há uns anos e de um calendário de alumínio do Trabi (carro da RDA). Quando chegar a Dezembro ponho-a na porta principal.

Para fazer a coroa aproveitei uma caixa de cartão, apenas tive de comprar a fita. Devia era ter pintado o cartão de branco para que ficasse mais homogénea, mas só me lembrei disso depois de concluída. Ainda no espírito natalício, na altura fiz uns presentes onde apliquei botões. Normalmente, dou sempre presentes feitos por mim no Natal a algumas pessoas. O ano passado comprei umas caixas de madeira, pintei-as e apliquei os botões e fiz o mesmo numa moldura. A moldura ficou tão fofa, mesmo bonitinha, infelizmente não tirei fotos nem às caixas nem à moldura por isso não posso mostrar. Este ano ainda não decidi se vou fazer alguns presentes ou não, depois penso nisso.

Para finalizar, queria mostrar a sardinha que diz para concorrer ao Concurso Sardinhas Festas de Lisboa 2015, infelizmente não ganhei, mas pronto tenho a minha sardinha mangerica aqui pendurada na sala. Para esta sardinha tive de comprar alguns botões novos, porque não tinha botões suficientes destas cores, neste caso já pintei o fundo do cartão com as cores correspondentes.

A sardinha mangerica (acompanha por outras sardinhas)
Imagem própria
Acho que reutilizar botões para artesanato é bastante interessante, afinal sem ser a costura ou artesanato, os botões não servem para muito mais coisas ou estarei a esquecer-me de algo? Depois são materiais que duram mais que os tecidos e que não se podem reciclar. Quer dizer se calhar até podem, mas não há recolha apropriada.

Espero que vos tenha inspirado a reutilizar botões.
Tenho de pensar onde posso reutilizar aqueles botões com barquinhos que se vêem na primeira fotografia que ainda me lembro bem de serem de um fato que eu tinha quando era criança.

sábado, 17 de outubro de 2015

É menina ou menino?

Ainda na sequência da postagem Crianças... que futuro? Tecnologia ou natureza quero partilhar convosco uma imagem que me diz muito. Diz-me pela relação entre as crianças e a natureza e pela visão sexista que a maior parte das pessoas tem do mundo. A gravidez tem sido uma experiência incrível relativamente aos preconceitos que as pessoas têm no que é ser menina e menino, e mais tarde, mulher e homem.

A importância dada ao sexo da criança é para mim inconcebível. O que ainda se torna pior com frases que já ouvi como:

"É melhor que seja menina que te ajuda em casa"
"É melhor ter filhas que filhos, porque as filhas acompanham sempre as mães"
"As meninas e os meninos são diferentes"
"Se for menino pode jogar à bola e ir ao futebol"
"As meninas são bonitas de cor-de-rosa e os meninos de azul"
"Se for menino compra-lhe uma bicicleta, se for menina uma máquina de costura"
"Se não dizem o sexo da criança como é que sabemos de que cor devemos comprar as coisas"

A sério que as pessoas pensam assim? Pensava eu ao início. Agora já não me espanto. Sim, as pessoas na sua generalidade pensam assim.

Mas para responder aquela típica ideia que, já muito ouvi, as meninas são bonitas é de vestidinho e muito bonequinhas. Deixo este vídeo que encontrei pelo facebook.




Menina ou menino são ambos bons, bonitos quando estam arranjados, e mais bonitos ainda quando brincam, divertem-se e sujam-se.

sexta-feira, 16 de outubro de 2015

Onde deitar os cabelos?

Lembro-me de ser pequena, vivia num apartamento e a minha mãe deitava os cabelos na sanita e mesmo algum lixo que varria, o pó e tal, só de pensar... Sim naquele tempo não havia ETAR, apenas esgoto, mas ainda me lembro do cheiro que vinha no Tejo quando a maré estava baixa, nós vivíamos na Amora mesmo junto à baía. Via-se aquele lodo e provavelmente os nossos cabelos e toda a outra porcaria ali e o cheiro horrível.

Agora quando existe sistema de ligação aos esgotos, o que deitamos pela sanita já não vai parar assim ao rio, vai para uma ETAR, mas nem por isso a coisa melhora muito. Se temos fossa séptica, se houver alguma fuga, tudo vai ser absorvido pelo solo. Os cabelos e outro lixo vão entupir os esgotos e dificultar o tratamento das águas residuais nas ETARs. Isto já para não falar de outras coisas como tampões, pensos higiénicos, preservativos, às vezes até me custa a entender como alguém é capaz de deixar estas coisas na sanita. Muitas vezes, os grandes problemas das água residuais não são os nossos dejectos (aliás estes até podem ser decompostos e reutilizados, existem sanitas secas, acho a ideia bestial), mas o resto de coisas que deitamos para a sanita, incluindo os detergentes que prejudicam bastante o tratamento das água.

Só por curiosidade, aqui fica um sistema de sanita seca.



Imagem retirada de http://gaia.org.pt/node/16004

Por causa destas coisas, comecei a dizer à minha mãe que mais valia pôr os cabelos, bem como o lixo do chão, no caixote do lixo indiferenciado. Actualmente, como já referi noutras postagens, muito raramente despeje o lixo que varro no lixo indiferenciado, costumo deitá-lo nos canteiros (retirando, claro, alguma coisa que não seja biodegradável).

Mas continuava a tirar o cabelo da minha escova e a deitá-lo no caixote do lixo. Mas também me deixei disso. Agora quando limpo a escova vou enterrar o meu cabelo no canteiro das hortenses. O cabelo, tal como as unhas (ainda não me decidi a ir enterrá-las) são células mortas e quem é que come restos animais, as minhas amigas minhocas que já falei na postagem O café e as minhocas.

O cabelo, tanto o nosso como o dos animais é biodegradável como não poderia deixar de ser, por isso pode e deve ser deixado onde se degrade. Logo podem enterrá-lo num canteiro ou vaso ou deitá-lo na compostagem, caso façam. Se tiverem minhocas, elas agradecem e depois agradecemos nós o húmus. Deixo aqui este link, onde podem ver os alimentos preferidos das minhocas.

Claro que senão tiverem nenhuma destas soluções continuo a achar que é melhor pôr os cabelos para o lixo indiferenciado do que para a sanita. A possibilidade de entupir canos e deixar a água ainda mais suja parece-me pior, ao menos em aterro o cabelo sempre se vai degradando.

Para terminar, será que ter deixado de usar champoo com parabenos e essas coisas (Produtos de higiene e cosmética), a experiência está a correr muito bem, deixou o meu cabelo mais saboroso?

quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Bordados para fraldinhas de limpar o bebé

Não é que isto tenha muito a ver com ambiente, sustentabilidade ou resíduos, mas trabalhos manuais são sempre um bocadinho sustentáveis... e por isso, aqui estão os meus bordados.

Aprendi a bordar em ponto de cruz há imensos anos, já nem sei quantos. Mas devo confessar que nunca tive muita paciência, bordar por bordar não é para mim. E para mim bordar só tem sentido se for em alguma coisa que se dê utilidade, até se pode estragar, mas coisas bonitas que não se usam não fazem muito sentido na minha forma de pensar.

Mas como vou ter um bebé, achei que isso era suficiente para lhe bordar qualquer coisa, uma fraldinha daquelas de limpar ou um babete. Decidi-me pela fralda e o que eu havia de bordar? Algo que tivesse a ver comigo e que eu espero que o meu futuro filho goste tanto como eu gosto. Tinha de lhe bordar o mundo, neste caso o globo, conceder-lhe nem que seja apenas simbolicamente o sonho de saber como é o mundo. Como são os países, as cidades, as pessoas, sonhos de alguém que estudou geografia.

Assim, fui à retrosaria comprar uma fralda para bordar, mas acabei por comprar duas. Aqui está a minha fraldinha globo. Apenas bordei o básico, não fiz nada à volta, primeiro não sei fazer crochet ou tricot, podia pôr uma fita, mas queria uma coisa bem simples. Até porque senão for simples o pai não aprova.

Fralda Globo
Imagem própria



Pormenor do globo
Imagem própria
Não encontrei nenhum esquema, aliás encontrei um, mas estava muito aldrabado, então decidi fazer o meu próprio esquema. Mas como se pode ver, há ali umas ligeiras diferenças nas linhas de costa, sobretudo na costa atlântica de África. Não sei se este globo me daria positiva a Cartografia, parece que houve ali uma descida do nível do mar, contra todas as perspectivas do degelo e tal.

Aqui está o meu esquema, já um bocado alterado e bastante riscado.

O meu esquema de globo
Imagem própria

Eu sei que não está perfeita - sobretudo se virem os acabamentos por trás, está tudo direitinho todos os pontos para o mesmo lado, mas eu e os nós, os acabamentos não somos muito amigos - mas fiquei tão contente com o meu globo.

Mas como eu disse quando fui à retrosaria comprei duas fraldas, esta para bordar e outra sem quadrilé para colocar dois ursinhos que encontrei na minha antiga caixa dos bordados. Bordei estes dois ursinhos, menina e menino, quando tinha uns dez anos provavelmente, ou seja, quase há vinte anos. Mas nunca encontrei nenhuma utilidade para estes já idosos ursinhos, até este momento. Como não sabemos o sexo do bebé, decidi colocar os dois ursinhos na fralda, assim ninguém implica que a cor da fralda do ursinho não corresponde à suposta cor ideal para o bebé que esperamos. Para aplicar, usei duas linhas matizadas laranja e verde que foram as primeiras linhas de bordar que a minha mãe me ofereceu, certamente têm mais de vinte anos.

Fralda depois de aplicar os idosos bordados
Imagem própria
Os ursinhos em pormenor e já aplicados na fralda
Imagem própria
Os meus ursinhos são um caos de imperfeições, eu passava a linha por qualquer sítio, ainda bem que a parte de trás fica tapada. No caso da fralda do globo tenho um certo receio que nas lavagens a parte de trás comece a desfiar, vamos ver. Mas se eu soubesse como era, tinha comprado duas fraldas sem quadrilé, bordava o globo no quadrilé à parte (tenho imenso) e depois aplicava. Que o quadrilé que vem na fralda é tão pequeno, mas tão pequeno que me custou um bocadinho bordar algumas partes.

Agora queria ver era se desenhava e pintava alguma coisa, porque antigamente eu tinha jeito para o desenho, posso pintar uns ecopontos ou qualquer coisa do género.

Já agora não acho piada nenhuma se chamar isto de fraldas. Fraldas para mim são outra coisa.

quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Coberturas verdes e o ambiente urbano

Há uns quatro anos, estava a trabalhar numa Avaliação Ambiental Estratégica e dado o impasse do projecto que não andava nem desandava, o meu chefe decidiu pensar em soluções intermédias para a resolução do problema.

O problema era o seguinte: havia uma área urbana com solos altamente contaminados para o qual estavam a fazer um plano de regeneração urbana. Mas como o plano por diversas circunstâncias não arrancava em toda a sua plenitude, optamos por sugerir um faseamento da execução do plano. O que dividiria as áreas urbanas a regenerar em diversas fases, aquelas que não fossem regeneradas no imediato teriam soluções intermédias para melhorar as suas características ambientais.

Neste contexto, surgiu a ideia de incentivar as coberturas verdes nos edifícios, quer nos novos a construir aquando da implementação dos Planos de Urbanização e Planos de Pormenor, quer nos edifícios já existentes (se a solução pudesse ser adoptada) em áreas que o Plano só iria intervir em fases mais tardias.

E foi disto que me lembrei quando vi o que vos mostro na fotografia que se segue.

Pinheiro nascido no telhado de uma casa abandonada em Vila Nova de Poiares
Imagem própria
Isto é uma verdadeira cobertura verde orgânica, a natureza no seu maior grau e, vá, o desleixo humano na mesma escala. Infelizmente, este é o tipo de cobertura verde que se vê mais por Portugal. Claro que existem alguns edifícios com coberturas verdes a sério, mas são poucos.

Mas afinal, como ajudam as coberturas verdes o ambiente? Como contribuem para a sustentabilidade e diminuição da poluição de uma área urbana?

Andei à procura das minhas pesquisas e as coberturas verdes ajudam de muitas formas. Estas coberturas ajudam a regularizar o conforto climático das áreas urbanas, contribuindo para a sustentabilidade ecológica e consequentemente para o bem-estar da população. O que no fundo é o que qualquer área verde faz, mas neste caso estamos a aproveitar espaços que não têm qualquer função.

A nível ambiental e ecológico, estas coberturas trazem benefícios, tais como evitar o transbordo do sistema misto de esgotos, reduzir o impacte do dióxido de carbono, neutralizar o efeito das chuvas ácidas e fornecer novo habitat para pássaros e insectos. Para a comunidade, estas coberturas têm vantagens como a limitação do escoamento das águas pluviais, a diminuição do efeito da ilha de calor urbano, a redução do smog e do ruído, menores perdas energéticas, e ainda, a melhoria da qualidade do ar e da estética paisagística. Para os proprietários dos edifícios tem vantagens como o aumento da esperança média de vida da cobertura, a redução de custos com o arrefecimento no Verão e o aquecimento no Inverno, uma gestão mais fácil das águas pluviais, bem como a vantagem de aproveitar um espaço morto como jardim.


Os sistemas de coberturas verdes não são todos iguais, existindo o extensivo (mais simples, requer menor investimento e menor manutenção), o intensivo simples e o intensivo (sistema mais complexo, composto por arbusto ou mesmo árvores, é o que requer maior investimento, maior capacidade estrutural do edifício e maior manutenção).

Lembro-me de quando fui a Berlim, mais ou menos na mesma altura que andava nestas pesquisas ver imensos edifícios com coberturas verdes.


Gulbenkian, Lisboa - talvez dos edifícios portugueses com coberturas verdes mais famosos
Imagem retirada de https://pt.wikipedia.org/wiki/Cobertura_verde
Hundertwasserhaus em Viena, além de cobertura verde tem também paredes verdes
Talvez este edifício tenha sido das coisas que mais apreciei em Viena
Imagem retirada de http://www.wien.info/en/sightseeing/green-vienna/green-walls-in-vienna
Projectos ao nível do sonho
Imagem retirada de https://arquitetivismo.wordpress.com/category/arquitetura-sustentavel/
Isto sim! Isto são coberturas verdes a sério, não pinheiros nascidos em telhados de casas abandonadas.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Toalhitas reutilizáveis para bebés

Toalhitas reutilizáveis para bebés não são mais que panos mais ou menos do tamanho da mão para limpar o rabiosque da criança. Já na postagem Fraldas reutilizáveis - a minha escolha tinha referido que estava a pensar utilizar este tipo de toalhitas ou panos como preferirem chamar.

Quase que nem é preciso dizer o motivo porque as quero utilizar, mas aqui vai:
  • Grande parte dos médicos e enfermeiros aconselha a limpar o bebé com tecidos e não com toalhitas com aditivos, perfumes e coisas do género, por causa da pele do bebé;
  • Toalhitas descartáveis são mais um resíduo e eu prefiro não contribuir para os resíduos;
  • Questão económica, toalhitas Dodot Sensitive (as mais recomendadas para bebés porque quase não têm perfume e outros aditivos) custam cerca de 0,05€ cada uma, ok, 0,05€ é quase nada, mas quantas toalhitas usa um bebé?

E depois não é estranho que as toalhitas descartáveis mais recomendadas e mais caras sejam basicamente muito parecidas com panos molhados? Eu cá acho curioso.

Nas minhas aulas de preparação para o parto foi uma demonstradora das Dodot mostrar-nos as fraldas e toalhitas descartáveis e eu não fiquei nada, mas nada convencida. De qualquer forma, ela deu-nos uma pacote que é o que vou levar para a maternidade e como nunca digo que desta água não beberei, não significa que não compre mais algumas toalhitas descartáveis para alguma eventualidade ou alguma saída mais prolongada. Mas para usar diariamente não.

É que além do resíduo da toalhita em si, ainda estamos a falar das embalagens e de todo o trajecto anterior do produto.

Mas bem, ainda antes de começar as aulas de preparação para o parto, comprei este conjunto de 12 toalhitas reutilizáveis.

Toalhitas da marca ImseVimse, acho que foram feitas na Lituânia (já não tenho a certeza, mas era num país báltico, hmmm)
Imagem retirada de http://www.miminhosdamaria.com/#!acessorios/c1j7


Entretanto, encontrei cá em casa duas camisolas interiores antigas que deviam ser da minha mãe ou da minha avó, sempre detestei camisolas interiores é daquelas coisas que não uso mesmo, logo utilizá-las estava fora de questão. As que estavam cá em casa são daquelas que por dentro são muito fofinhas. E decidi fazer umas toalhitas assim rudimentares na máquina de costura.


De notar (sim estou a desculpar-me) que eu nunca aprendi a usar uma máquina de costura, herdei uma da minha mãe, mas ela tinha tanto medo que eu lhe estragasse a máquina que nunca me deixou mexer-lhe. Herdei uma Refrey Transforma com mais de trinta anos em que o motor não funciona (então é super sustentável, tudo com energia de pedal) e eu não sei mudar o tipo de ponto. A solução era pedir a alguém que me explicasse e pedi, mas farta de ouvir "ah temos de ver isso um dia", "Depois venho cá um dia ensinar-te". Tomei a atitude certa, começar a costurar por tentativa e erro. Mais torto ou mais direito. Mesmo que da primeira vez tenha demorado imenso tempo a acertar como se punham as linhas, a de baixo, a de cima.

E assim cortei as camisolas em quadrados não muito uniformes, diga-se passagem, e fiz umas bainhas, decidi fazer com linhas às cores para animar a coisa. Mas claro que as linhas às cores ainda demonstram mais a imperfeição das minhas toalhitas, mas bem é para limpar o rabiosque do bebé, não é preciso ser nada demasiado perfeito. O carinho com que fiz compensa a imperfeição, acho eu.

As duas camisolas interiores
Imagem própria


As minhas toalhitas
Imagem própria

Pelas minhas contas as duas camisolas interiores teriam dado para fazer doze toalhitas pelo menos, mas a mim só deu para fazer dez. Porque as duas primeiras andei a experimentar pontos. Embora estejam um bocadinho (muito) tortas são bem fofinhas, mais do que as que eu tinha comprado.

Os restos de tecido estão naquele saco de restos de tecido que a H&M recebe, naquela iniciativa que falei na postagem Roupa o que lhe fazer.... Ah, a loja agora já vende roupa feita de fibras recicladas da roupa que eles recolhem, mas por curiosidade fui ver e eram feitas no Paquistão. Será assim muito sustentável mandar tecidos velhos da Europa para fazer roupa nova no Paquistão? Bem não sei onde os tecidos são reciclados...

Mas voltando ao tema da postagem, estas toalhitas, quer as que comprei, quer as que fiz darão mais tarde para outro bebé. Caso a pessoa não tenha mais filhos ou ache que as toalhitas estão num estado lastimável poderá sempre utilizar para aquelas limpezas que deixam os panos tão sujos que só apetece mandar fora. Actualmente, uso como panos de limpeza, uns paninhos que há uns anos a minha mãe me tinha feito para outra das minhas manias de sustentabilidade, um dia falo disso.

Por fim, tomei uma decisão, tenho de ir fazer um workshop de costura, é fundamental.

LinkWithin

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...