quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A cebola, o tomate e uma das minhas sopas favoritas

Se houve vegetal que este ano tivemos em abundância cá por casa foi a cebola. Aliás, a cebola e o tomate. Ainda nos restam imensas cebolas e imensa polpa de tomate que fiz. A polpa de tomate deve dar até ao próximo ano quando os tomateiros começarem a produzir, as cebolas vão-se sempre estragando algumas por isso chegará a altura que temos de voltar a comprar.

Nós costumamos oferecer o que temos às pessoas que vêm cá a casa, podem ser cebolas, tomates, pepinos, courgetes ou qualquer outra coisa. Este ano muito me admirei quando duas pessoas distintas, depois de eu ter oferecido cebolas me disseram que não valia a pena, que em casa não comem cebola. E até me chegaram a responder o mesmo com o tomate. Devo ser bastante ceboleira e tomateira porque ponho estes dois alimentos quase em tudo, sobretudo a cebola. Aliás, devo confessar que fiquei a pensar no que afinal as pessoas comem.

Eu uso cebola nas sopas, nas saladas, às vezes cozo cebola para comer com peixe cozido, cebola nos refogados, cebolas quando faço lasanha ou bolonhesa, cebola no arroz, cebola quando asso alguma coisa no forno para fazer cama, omolete de cebola, carne de cebolada, guisados de feijão levam a dita cebola também, cebola picada no bacalhau ou atum com grão. Eu sei lá, acho mais fácil dizer no que não ponho cebola porque a utilizo quase para tudo.

O tomate não utilizo tanto, mas adoro salada de tomate, ponho tomate nas sopas, nos refogados e utilizo o molho de tomate caseiro. E claro, no maravilhoso arroz de tomate, ai, ai.

Por isso, não consigo imaginar bem o que é cozinhar diariamente sem estes alimentos. Podemos não ser vegetarianos, mas a introdução diária de vegetais é importante para a nossa saúde.


Pelo que andei a ver, a cebola tem um flavonóide chamado quercetina que pelos vistos faz bem a tudo. A cebola é um óptimo anti-oxidante, melhorando a actividade cardiovascular, anti-inflamatória, antitumoral, imunologica e antiviral.

O tomate é um alimento rico em licopeno, seja o que isso for, vitaminas do complexo A e B e minerais importantes como o fósforo e o potássio, ácido fólico (importante na gravidez), cálcio e frutose.

Até podemos não saber exactamente ao que isto faz bem, mas faz bem e torna a comida muito mais saborosa, acho eu. A introdução de vários vegetais quando cozinhamos também nos faz diminuir a quantidade de carne ou peixe que consumimos. O que também é positivo em diversos aspectos.

Por isso faz-me confusão como é que há quem nunca use cebola e tomate na sua alimentação.

E por isso deixo aqui uma sopa onde a cebola e o tomate são reis. Esta sopa é bastante pessoal, porque não conheço mais nenhuma família que a faça. Na minha família chamam-lhe sopa de batata. A minha mãe contava que era a sopa que antigamente se comia quando não havia mais nada. É uma sopa pobre, porque não tem nem hortaliça, nem leguminosas, mas eu adoro.

Sopa de batata cá de casa (eu não sei quantidades, faço tudo a olho)

- Batatas (cortadas às rodelas fininhas)
- Cebola (cortada às rodelas fininhas)
 
(eu ponho tanta cebola como batata, porque gosto mais do sabor da cebola, mas a minha tia por exemplo põe bastante mais batata que cebola)
- Tomate (em menor quantidade cortado ao pedaços)
- Dois ou três dentes de alho laminados
- Arroz carolino (ver a quantidade de forma a que fiquei assim uns bagos perdidos pela sopa)
- Polpa de tomate (de preferência caseira para não ter aquele sabor tão forte)
- Azeite
- Sal e pimenta
- Salsa (opcional)

Numa panela com azeite no fundo, deitar a cebola, os alhos, as batatas e o tomate em pedaços, deixar corar, juntar polpa de tomate suficiente para que o caldo fiquei bem alaranjado, encher de água, um pouco acima dos vegetais. Quando estiver cozido juntar o arroz carolino e ir mexendo. Temperar de sal e pimenta a gosto, depois de feita juntar a salsa. E é isto, mesmo sopa de pobre, poucos ingredientes e pouco trabalho. Mas eu gosto bastante.

A minha sogra nunca tinha provado e um dia eu fiz e ainda hoje ela fala como lhe soube bem a sopa. Como é diferente das sopas que estamos habituados, às vezes parece que ainda sabe melhor.

O meu pai diz que na terra dele, antigamente, quando as pessoas não tinham nada, faziam uma sopa parecida, mas sem tomate.

Imagem própria

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