sábado, 26 de março de 2016

E por falar em sabão

Imagem retirada de http://www.serrote.com/caderno_sabao.htm

Há uns dias publiquei sobre o Sabão de Marselha e lembrei-me de uma coisa relativamente ao sabão e às embalagens. O famoso sabão azul e branco, sabão macaco ou sabão offenbach, seja como for que o chamem, era (será que ainda é?) vendido nestas barras grandes e sem embalagem. Lembro-me bem da minha avó me pedir para ir comprar estas barras de sabão a uma loja que vendia coisas a granel e lá vinha eu com a barra de sabão embrulhada num bocadinho de papel, apenas o suficiente para que a minha mão o conseguisse agarrar.

A minha avó cortava-o em vários pedaços e ficavam vários "sabões" que davam para tudo, desde lavar as cuecas até lavar a cabeça. No entanto, devo referir que o sabão azul e branco não é assim muito benéfico para a nossa pele, sobretudo se o usarmos regularmente. No fundo, o sabão azul e branco é um desinfectante poderoso, por isso não devemos lavar-nos constantemente com ele (bem na realidade não nos devemos lavar constantemente com nada, mas pronto). Mas como desinfectante é óptimo, enquanto produto de limpeza. Quando o meu pai era um rapaz novo e trabalhava nas oficinas da APL davam-lhes sabão azul e branco para lavarem a roupa suja, penso que é daí que advém o nome sabão macaco.

Há uns anos, a ex-ministra da saúde Ana Jorge veio relembrar que o sabão azul e branco pode ser uma solução barata para combater vírus (podem ver aqui) e sim ela tinha razão. Mas devo confessar que quando entrei na faculdade em 2004 e em vez de sabonete líquido, as casas-de-banho tinham sabão azul e branco, pensei que aquilo tinha muito ar de avó. Bem, as casas-de-banho naquela altura tinham mesmo ar de que não viam um remodelação desde o tempo que a minha avó era nova.

Por estas coisas todas e não sendo o melhor produto para a nossa higiene pessoal, gosto do sabão azul e branco com um certo saudosismo. Aquela ideia de infância de ir comprar aquela barra enorme e depois ver o sabão no tanque.

A nível ecológico, embora não seja um produto natural (não consegui encontrar os ingredientes aqui na internet) ganha por ser vendido em barras de 400gr (isto para não falar das barras maiores que mencionei acima) e no meu caso, ganha por ser fabricado perto da minha casa. É que grande parte do sabão azul e branco que se vende por aqui é fabricado na Sovena no Barreiro, a mesma empresa que fabrica o óleo Fula, o azeite Oliveira da Serra entre outros. Os restos destes produtos alimentares servem para fazer o famoso sabão, o que é algo positivo, claro.

Mas continuo a achar que as grande superfícies deviam era continuar a vender as barras grandes de sabão azul e branco sem embalagem, sem dúvida muito mais ecológico.




Mas não se deixem levar por cantigas, o rio deve queixar-se, sim.

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