quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Pastilhas elásticas, uma compra inconsciente e as caixas dos supermercados

Lembro-me de ver uns documentários, há uns anos, sobre consumo e como a nossa mente se modifica quando entramos em lugares de consumo. A necessidade de consumir e o consumo por impulso. Vi esses documentários na cadeira de Geografia do Comércio e do Consumo e confesso que foram muito importantes para me sentir mais fortalecida nesta luta Pessoa vs Consumo. A partir daí, fui aumentado o meu conhecimento e o meu controlo sobre o que compro, nomeadamente a decifrar se realmente devo aproveitar ou não uma promoção e a não me deixar levar por publicidade ou pela disposição dos artigos nas lojas. Quer dizer, isto achava eu!

Há uns tempos, fui fazer umas compras ao Continente e tinha um talão daqueles de desconto de 5€ em 20€ de compras. É de aproveitar não é? Ainda por cima são mesmo coisas que eu tinha de comprar. Logo se posso poupar 5€ devo aproveitar. Até acho que sim, mas...

Cheguei à caixa e tinha-me enganado a fazer as contas, o total não chegava a 20€, eram 19 euros e tal... e assim não podia passar o desconto... e naquela ânsia de supermercado, pensei "deixa estar não faço o desconto", "mas ainda são 5€", "mais vale não fazer", "mas", "MAS" "MAS"... A rapariga da caixa disse-me, "porque não leva uma caixa de pastilhas" e eu, "ah sim", peguei nas pastilhas e pronto já fazia 20€. E com o desconto que ficou em cartão, no fundo só paguei 15€. Mas na realidade, eu não queria as pastilhas e sim, elas só estão ali junto à caixa devido às compras por impulso. E eu que ando aqui contra o consumismo comprei as pastilhas, só para ter um desconto.

Comprei um produto que não queria, que não precisava, um produto que obviamente teve de ser feito e para tal tiveram de ser gastos recursos. Em vez das pastilhas, mais valia ter comprado um pacote de arroz ou massa, algo com utilidade e que não se estraga. Mas não! Foi logo ali, o primeiro produto que me apareceu à frente. Só quando cheguei ao carro é que pensei "Que estupidez! Quantos milhares de pacotes de pastilhas no mundo inteiro se vendem por impulso?".

Sobre estas armadilhas que os supermercados têm, encontrei esta publicação e cá está cai numa delas. Esta publicação refere-a como armadilha nº6, basicamente consiste nas guloseimas de baixo preço que estão perto da caixa (local onde as pessoas estão algum tempo paradas) e quando adicionadas às compras, não fazem com que a conta aumente muito e parece que nem gastámos dinheiro. Mas vejam aqui, Armadilhas do varejo elevam conta em 15%.


É! Isto são caixas "demoníacas", cheias de coisas que não precisamos...
Imagem retirada de http://umserpai.blogspot.pt/2016/02/jovem-delinquente.html

Depois de pensar e repensar nesta história das pastilhas (se calhar acham que estou a exagerar), o que mais me chateou é que comprei um produto que não necessitava, que não me apetecia, que não faz bem nenhum à minha saúde, que utilizou energia e água para ser feito, transportado, etc, etc., e que faz mal ao ambiente, uma vez que as pastilhas são feitas a partir de derivados do petróleo. E para completar que aumentam a quantidade de lixo e quando deixadas na natureza são perigosas para os animais, nomeadamente para os pássaros.

No meu caso, o pior é que eu depois de uma infância é que engolia pastilhas elásticas, já tive uma fase de não as consumir. Quando andava no 9º ano fui a uma visita de estudo à fábrica da Gorila e conheci os processos de fabrico, na altura achei aquilo tão nojento, aquela pasta peganhenta e gigantesca, que decidi nunca mais mascar daquilo. O nunca mais ainda durou uns anos, pois só voltei a mascar pastilhas já andava na faculdade e sinceramente não sei qual a razão para ter voltado a consumir o produto. Devo ter-me esquecido daquele cheiro horrivel, exageradamente doce, que inundava a fábrica das pastilhas. De qualquer modo, nunca fui uma consumidora assídua, mas volta e meia, lá iam umas pastilhas.

Mas agora acabou-se, depois de ter caído nas armadilhas dos supermercados e ter pensado novamente a sério nas pastilhas, já decidi que não as volto a mascar novamente (vamos ver se a decisão desta vez é para sempre).

Entretanto, e só por curiosidade, descobri que existe uma Gum Wall em Seattle e a Bubblegum Alley em San Luis Obispo, ambas nos Estados Unidos da América. Basicamente são paredes cobertas de pastilhas elásticas usadas que se tornaram em grandes atracções turísticas. A mim, devo confessar que só de pensar me mete nojo.


Bubblegum Alley
Imagem retirada de https://en.wikipedia.org/wiki/Bubblegum_Alley

Entretanto, a fazer esta publicação encontrei umas boas notícias, nomeadamente Suiça: chega de guloseimas nos caixas de supermercado. Frutas no lugar delas.. Basicamente, os conhecidos supermercado Lidl trocaram em várias caixas as guloseimas por fruta, na notícia fala dessa realidade na Suiça e Reino Unido. Já que é para comprar por impulso mais vale que seja fruta do que guloseimas. Acho que está na altura de falarmos com os supermercados que operam em Portugal a pedir uma medida idêntica.

Neste sentido redigi a seguinte mensagem:

"Bom dia

Estou a contactar-vos, uma vez que como vossa cliente gostaria de fazer uma sugestão, relativamente aos produtos que se encontram próximos das caixas dos vossos hiper e supermercados.
Os produtos que se encontram próximos das caixas são essencialmente guloseimas, pastilhas, chocolates e outros produtos pouco saudáveis. Este tipo de produto como vocês sabem melhor que eu são comprados sobretudo por impulso. As pessoas ao estarem paradas nas filas acabam por os comprar, não necessitando deles e dado as suas características não são muito recomendados. Isto piora como se sabe quando se tem crianças nas filas, as crianças são alvos mais fáceis destes produtos e estes só prejudicam a sua saúde.
Neste sentido, gostaria de sugerir que nos vossos hipermercados existam caixas de produtos saudáveis (todas ou algumas), caixas onde os produtos sejam, por exemplo, fruta em vez de chocolates, iogurtes em vez de refrigerantes, sumos naturais, snacks biológicos, etc, etc. A ideia como devem saber não é minha, já existe em alguns supermercados de alguns países.
Acredito que numa primeira fase, sintam alguma perda de vendas, mas seguramente terão clientes mais saudáveis. E nesse sentido, agradecemos todos, os clientes e numa última perpectiva também agradece o ambiente. Afinal produtos mais saudáveis são quase sempre produtos mais sustentáveis.
Obrigada pela atenção"

Enviei para o Continente, Jumbo, Lidl, Intermache, Aldi, Eleclerc, Minipreço, todos têm nos seus sites um formulário onde podemos deixar sugestões. Em contrapartida, no site do Pingo Doce nem encontrei formulário, nem email de contacto, tenho de voltar a procurar melhor. (editado posteriormente, também já encontrei o formulário).

Se alguém quiser enviar também mensagem com este propósito, pode se assim o entender, usar a minha mensagem.

segunda-feira, 26 de setembro de 2016

Omelete de cebola e tomate: sem lixo

Como escrevi na publicação de um ano do blogue, tenho o objectivo de reduzir o consumo de carne. No entanto, este objectivo tem sido abortado constantemente. Um dia tinha feito um prato com cogumelos, milho, maça e molho de tomate (caseiro) para o meu almoço e para o almoço do meu pai havia um resto de bolonhesa, quando cheguei a casa, ele tinha comido o meu almoço e deixou a bolonhesa para mim. Passado uns dias, fui a uma hamburgaria perto da minha loja porque me lembrei que tinham um hambuguer vegetariano, já estava sentada e quando fui pedir, afinal naquele dia não havia. Possa! É difícil comer fora de casa comida vegetariana, bem me lembro que tinha uma colega que dizia que a cunhada que é vegetariana, às vezes, acabava por apenas comer batatas com couves.

De facto, grande parte dos restaurantes, não têm opções vegetarianas. Em Lisboa, gosto muito de um restaurante que é o Bio em Arroios, só tem comida vegetariana (às vezes têm bacalhau espiritual, não sei bem o motivo) e é a um preço acessível para o dia a dia. Mas por acaso não vou lá há algo tempo. Depois sugiro a cantina da Universidade de Lisboa, eheh. Não sei como está agora, mas no meu tempo de estudante, adorava ir comer à parte do refeitório macrobiótico, Mas aos poucos, as coisas têm evoluído e já há diversos restaurantes que têm ementa vegetariana.

Mas a minha publicação de hoje é sobre a minha fantástica omelete. No outro dia, ia fazer o jantar para mim, para o meu pai e para a minha sogra e não sabia o que fazer. Então, tive a maravilhosa ideia de fazer uma omelete de cebola e tomate, costumo fazer só de cebola (a minha omelete preferida), mas não costumo juntar o tomate.

A maior vantagem de todas é que os ingredientes vêm todos do quintal: as cebolas; os tomates e os ovos (de galinhas criadas à solta). Logo, são ingredientes saudáveis e sustentáveis. Nem uma embalagem gasta, nem um grama de CO2 emitido pelo transporte, nem lixo (as cascas dos ovos e da cebola voltaram para a terra). Foi um jantar mesmo sustentável.

Numa frigideira coloco a cebola picada e o tomate e deixo fritar até ao ponto pretendido.

Imagem própria
Depois junto os ovos batidos, neste caso foram 10 ovos.

Imagem própria

Não deixo a imagem final da omelete, porque eu já devia ter percebido que virar omeletes de 10 ovos não é tarefa que eu consiga fazer facilmente. O que quer dizer que a minha omelete ficou bem feia. No entanto e o mais importante de tudo, ficou bastante saborosa, segundo a minha sogra ficou bem melhor que as que costuma comer (ela gosta muito da comida que eu faço, o que me leva a crer que as papilas gustativas dela não são grande coisa).

Mas aqui está, uma refeição rápida, fácil, barata (no meu caso o custo foi nulo) e muito sustentável (desde que não seja com tomates e cebolas importadas).

sábado, 24 de setembro de 2016

Dinheiro local: mais comunidade, mais sustentabilidade

Desde que vi o documentário Amanhã (mencionei-o nesta publicação) que estou para falar sobre este assunto. Eu já sabia que havia comunidades locais que tinham o seu próprio dinheiro, mas nunca tinha pensado muito nisso. Mas quando vi o documentário pensei "Wow, é isto mesmo, isto é a solução".

No documentário referem o caso de Brixton. Brixton é um district que pertence ao borough de Lambeth na Grande Londres (uso as terminologias em inglês, porque não percebo nada das divisões administrativas inglesas e dá para perceber que district não é de todo a nossa ideia de distrito). Mas bem, o que interessa é que Brixton tem uma moeda local, a qual já está em circulação desde 2009.

Para conhecerem melhor a Brixton Pound pode visitar o seu site. No qual explicam "a missão" desta moeda local (o que se segue foi adaptado por mim):

  • Ajudar a proteger os empregos e meios de sobrevivência dos membros da comunidade, atravês do desenvolvimento de uma economia local forte;
  • Apoiar e construir uma economia diversa e resiliente que consegue lutar contra as dificuldades económicas e as grandes cadeias de comércio;
  • Consciencializar a comunidade para a importância da economia local;
  • Incentivar e facilitar um modelo de auto-ajuda com o fim de proteger os moradores;
  • Incentivar o abastecimento com produtos locais, diminuindo as emissões de CO2;
  • Contribuir para um percepção positiva de Brixton, chamando a atenção para a sua comunidade forte, economia e capacidade de inovação;
  • Valorizar Brixton regional e nacionalmente;

Basicamente as moedas locais têm como objectivo impulsionar as economias locais, para tal é construído um sistema entre os produtores locais, empresas locais e a comunidade. Este tipo de dinheiro funciona em circuitos fechados (todos os actores sociais que participam são locais), de forma a que o dinheiro seja constantemente investido na comunidade, não saindo sempre para as grandes empresas e grandes produtores. O dinheiro ao permanecer na comunidade, toda a comunidade ganha. Parece-me maravilhoso, não acham?

E como dizem no documentário, não é muito melhor ter o David Bowie do que a Rainha nas notas? É muito mais divertido!
Imagem retirada de http://brixton.atestserver.co.uk/library/Brixton-Pound-10.jpg




Em Inglaterra, este tipo de moeda local tem sido um sucesso, existindo em diversos sítios: BristolCardiffCornwallExeterKingstonLewesLiverpool, PlymouthStroudTotnes, and Worcester.

Em Portugal parece que este mês também está a ser recheado de boas novidades neste âmbito. Embora não seja bem a mesma coisa, a freguesia de Campolide em Lisboa decidiu fazer uma iniciativa de recolha de lixo em troca de dinheiro local, podem ver aqui. Adoro a iniciativa, uma vez que tem duas vertentes excelentes, incentiva a separação e colocação de lixo no sítio correcto, por outro lado ajuda o comércio local e consequentemente a vida da comunidade. Verdadeiramente magnífica a ideia.

Mas não para por aqui, a ideia parece ter agradado a mais pessoas e agora são os moradores do Areeiro em Lisboa que também querem criar a sua própria moeda.

Já há bastante tempo que falei de como acho importante incentivar o comércio local e estas são ideias excelentes. Vamos todos criar moedas locais, ajudam a comunidade, criam localidades com melhores vivências e ainda ajudam o ambiente. Fantástico!

sexta-feira, 23 de setembro de 2016

Compras em 2ª mão: uma poupança de recursos

Já faz mais de um ano que fiz uma publicação intitulada Reutilizar na era da internet, na qual referi que achava que a massificação da internet veio potenciar bastante a utilização de artigos em 2ª mão, e consequentemente ajudar o ambiente. E passado um tempo tive mesmo a confirmação quando li OLX permite a poupança de 3,1 milhões de toneladas de CO2 por ano.

"Em 2015, os utilizadores do OLX, plataforma de classificados online, contribuíram para a redução das emissões de CO2 em cerca 3,1 milhões de toneladas – o equivalente ao consumo do oxigénio produzido por 136 milhões de árvores num ano – ao optar por comprar e vender artigos usados em vez de novos.
Os cálculos foram desenvolvidos e apresentados pela própria plataforma com base na pegada de carbono dos produtos anunciados durante o ano de 2015. A pegada de carbono corresponde à soma da emissão de gases com efeito de estufa em cada fase da produção de um bem. No caso de um frigorífico novo, por exemplo, ao somar a matéria-prima (325,5 kg CO2) com a produção (53,2 kg CO2) e o transporte (11kg CO2), pode-se considerar que tem uma pegada correspondente a 389,7 kg de CO2.
“Os 3,1 milhões de toneladas de emissão de gases com efeito de estufa evitados pela actividade do OLX, corresponde ao consumo anual de 2,6 milhões de portugueses com as suas viaturas automóveis”, explica a empresa." (in http://greensavers.sapo.pt/2016/06/01/olx-permite-poupar-31-milhoes-de-toneladas-de-emissoes-de-co2-por-ano-com-infografia/)

E claro, isto foram as contas do OLX, mas para além deste, existem outros sites, grupos de discussão, fóruns, etc., onde se vende muita coisa em 2ª mão. Claro que nada nos garante que as pessoas que compraram estas coisas em 2ª mão teriam ido comprar o mesmo tipo de produtos novos, mas provavelmente teriam.

Cá em casa, a melhor compra que fizemos no OLX foi um frigorífico (nem por acaso, é o exemplo que está em cima, logo sei que poupamos cerca de 390kg de CO2). O frigorífico onde costumamos guardar as coisas da horta (não é o frigorífico da casa, aliás até está junto ao forno de lenha debaixo do telheiro no quintal) avariou. E comprar um frigorífico novo para ter ali pareceu-nos um bocado demais. Então foi no OLX que encontramos o frigorífico ideal por 50€, os donos queriam vendê-lo porque iam mudar de casa e precisavam de se livrar dele rapidamente. Só tinha dois problemas, não tinha luz e não tinha puxador. O que não foi difícil de resolver, tirou-se a lâmpada e o puxador do antigo e ficamos com um frigorífico a trabalhar em excelente estado. Noutra altura, este frigorífico teria ido para o lixo e nós teríamos comprado um novo.

Mas, às vezes, até podemos não encontrar o produto que queremos à venda e nessas ocasiões não há nada como perguntar (nos sítios certos). Foi o que fiz depois de ter publicado Viva as fraldas de pano (oito meses depois), onde referi que tinha de comprar mais fraldas pré-dobradas. Na altura, estava a pensar comprar novas e, portanto, estava a pensar comprar da Mita (marca portuguesa, produzidas em Portugal). Mas decidi perguntar no grupo das fraldas no facebook, se ninguém tinha fraldas pré-dobradas para vender e como esperava, havia alguém. Assim, por dez fraldas pré-dobradas paguei muito menos do que ia pagar por seis fraldas pré-dobradas novas e poupei o ambiente em variadíssimos recursos. Se fosse agora, acho que teria comprado todas as fraldas em 2ª mão, arrependo-me de não o ter feito, ainda comprei algumas, mas gastei muito dinheiro em fraldas novas e tenho pouca diversidade.

As fraldas pré-dobradas que comprei em 2ª mão
Imagem própria

A verdade é que até no embalamento se poupa, até agora todas as fraldas que comprei em 2ª mão vinham embrulhadas em sacos reutilizados. Nesta última compra, desembrulhei o saco com muito cuidado e está ali guardado para ser novamente reutilizado.

quinta-feira, 22 de setembro de 2016

Vê lá, vê lá companheiro: do passado, do presente e do futuro

Nos últimos anos, em todas as Festas do Avante tenho ouvido esta música. É impossível não me emocionar cada vez que a oiço. Cantada por vozes que a sentem, que sabem da dor, das angústias, das perdas. Digo isto, no entanto sei que não lhes conheço as dores pessoais, as injustiças de que foram alvos, nem as tristezas. Não conheço as suas vidas, nem sei o quanto as suas feições envelhecidas podem esconder de bom e de mau... Mas emociono-me, sinto uma tristeza, uma melancolia, uma frustração, uma injustiça... sinto também uma leve esperança, porque quem canta consegue sempre ir um bocadinho mais além... consegue passar a sua mensagem, consegue fazer-se ouvir...

Isto são músicas da terra, músicas das gentes, do povo, faz parte do nosso legado histórico-cultural. Mas é mais que isso, é um alerta sobre as vidas de muito custo, as vidas de trabalho muitas vezes desumano, as vidas de incerteza, vidas acompanhadas permanentemente pela morte. Neste caso, o trabalho das minas, um trabalho perigoso para quem o executa na altura e posteriormente, os casos de doenças (por exemplo doenças oncológicas) em antigos mineiros são muito elevados devido à exposição que estes tiveram a diversos contaminantes.

E qual a razão para estar a falar agora disto? É porque me entristece ver nas redes sociais a grande preocupação que o povo (sim porque eu não conheço pessoas verdadeiramente de elite) têm sobre as possíveis taxas ou impostos aos mais ricos, quando provavelmente nem sequer conhecem ninguém que vá ser taxado. Eu acredito que a grande preocupação se deve ao facto de as pessoas acreditarem que ao se taxar os mais ricos, estes vão ter menos posses e, consequentemente, reduzir o investimento, o que pode pôr em risco diversos postos de trabalho e salários (na grande maioria das vezes miseráveis). A questão é a seguinte, eu prefiro que taxem os mais ricos do que criem mais impostos que não olham para as diferenças socioeconómicas.

Que importância tem no mundo um imposto para quem tem fortunas (impossíveis de amealhar por um trabalhador comum ao longo da sua vida) quando ainda há quem se mate a trabalhar para simplesmente viver?

Eu trago a camisa rota
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
E sangue dum camarada
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
E sangue dum camarada
Vê lá, vê lá companheiro
vê lá.vê lá, como venho eu
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá
Lá.lá,lálá,lá,lá,lá

Alguém consegue ouvir isto e ficar indiferente ao sofrimento de vidas de trabalho? Acho que há muita gente por aí que precisa de ouvir algumas músicas para verem que a vida real é mais dura que os impostos que taxam a quem tem fortunas. Os ricos não precisam que os pobres se preocupem com eles, as suas áreas de influência já são demasiado vastas... Vamos importar-nos com aqueles que têm o mesmo que nós e com aqueles que têm menos que nós?


Ainda, para terminar, gostaria de sugerir um livro, um dos melhores livros que já li, Levantado do Chão de José Saramago. Um verdadeiro livro sobre o Alentejo, um verdadeiro livro sobre as lutas diárias do povo.

O livro começa assim:

"O que mais há na terra, é paisagem. Por muito do resto que lhe falte, a paisagem sempre sobrou, abundância que só por milagre infatigável se explica, porquanto a paisagem é sem dúvida anterior ao homem, e apesar disso, de tanto existir, não se acabou ainda. Será porque constantemente muda: tem épocas do ano em que o chão é verde, outras amarelo, e depois castanho, ou negro. E também vermelho, em lugares que é cor de barro ou sangue sangrado. Mas isso depende do que no chão se plantou e cultiva, ou ainda não, ou não já, ou do que por simples natureza nasceu, sem mão de gente, e só vem a morrer porque chegou seu último fim. Não é tal o caso do trigo, que ainda com alguma vida é cortado. Nem do sobreiro, que vivíssimo, embora por sua gravidade o não pareça, se lhe arranca a pele. Aos gritos."

 e acaba assim:

"E à frente, dando os saltos e as corridas da sua condição, vai o cão Constante, podia lá faltar, neste dia levantado e principal."

Que façamos dos nossos dias, dias levantados e principais para o futuro.

quarta-feira, 21 de setembro de 2016

Amigos, amigos, guardanapos à parte

Este é o meu novo lema, amigos, amigos, guardanapos à parte. Já há algum tempo partilhei convosco a minha questão sobre os guardanapos (aqui). Na altura escrevi o seguinte sobre o assunto:

"Guardanapos

Esta seria muito fácil, deixar de usar guardanapos, mas o meu namorado disse-me logo que se eu quisesse que eu deixasse de usar, mas que ele não deixava. Assim, fui um bocadinho fraca e pronto também não uso guardanapos de pano. E assim continuo a usar guardanapos de papel. Bem pelo menos não uso rolos de cozinha, quer dizer tenho sempre em casa para qualquer eventualidade, mas o rolo está ali meses e meses na cozinha até ser gasto. Para limpar algo na cozinha uso sempre esponja e panos."

Pois, na altura decidi que ia começar a comprar sempre guardanapos de papel reciclado e fiquei uns largos meses assim. No entanto, é um bocadinho ridículo usar toalhitas de pano e fraldas de pano no bebé (isto quando ele não está na creche) e depois usar guardanapos de papel, mesmo que reciclado. Por isso, acabou-se! Posso ser a única a usar guardanapos de pano cá em casa e daí? Mais vale uma que nenhuma.

A nível anual, estimo que a poupança ambiental seja de cerca de 580 guardanapos de papel (faço duas refeições em casa logo 365*2=720 guardanapos usados, se não comer em casa 20% das vezes [uma estimativa por alto], 720*0,2=146, logo 720-146=584 guardanapos). Costumo comprar guardanapos em embalagens de 100 unidades, o que significa que ao longo de um ano vou deixar de consumir entre 5 a 6 embalagens de plástico. Ok! Reconheço que o plástico poupado anualmente não é substancial, mas é algum. Além do papel e do plástico poupado, acresce o transporte (sim daqui a um anos foi menos um camião de guardanapos, eheheh), a água e a energia para produzir os produtos. E claro, não foi preciso comprar guardanapos de pano, porque tenho aqui uns com mais de trinta anos, provavelmente.

Imagem própria

De notar que os guardanapos de papel que tenho em casa neste momento, os da imagem, não são de papel reciclado, uma vez que na mercearia de Castro Laboreiro não havia muita escolha de guardanapos.

A questão é simples, eu quero ser o mais sustentável possível, embora ache que os outros deviam seguir os meus passos não os posso obrigar, assim sendo os guardanapos de pano são apenas para mim. Pode ser que consiga convencer pelo exemplo, assim espero.

No entanto, houve dois produtos que quando me juntei avisei logo que cá em casa não entravam: sacos de plástico para o gelo; e toalhitas descartáveis para limpar o pó. O meu marido achava que eram duas coisas que se deviam comprar. Mas essas ideias foram logo banidas. O gelo pode muito bem ser feito nos recipientes de gelo que duram anos e para limpar a casa usam-se sempre panos, quer comprados ou reaproveitados.

No entanto, quando tive o Luís, devido ao ingurgitamento mamário disseram para fazer massagens com sacos de gelo. Salvou-me a minha irmã que me trouxe uns sacos de gelo que ainda estão para aí, porque no dia a dia o gelo é feito sem lixo.

terça-feira, 20 de setembro de 2016

Capitalismo e ambiente: vamos por os pontos nos iiiiiiis

A deputada Mariana Mortágua desafiou o PS a pensar se quer ser alternativa ao capitalismo e se para mim, isto é algo bastante positivo, sei que para muita gente parece algo completamente descabido.

A questão é a seguinte, o capitalismo, tal como o conhecemos neste momento (com o consumismo como seu principal motor de funcionamento) é completamente insustentável. Não é, sequer, uma questão de ideologia política. Esquerda ou direita. É simplesmente uma questão de viabilidade do planeta ou melhor da nossa espécie (e de outras, claro).


E não vale a pena negá-lo. Quem o nega das três, uma:
  • É pouco informado; 
  • É ingénuo; 
  • Está-se a lixar para a espécie humana e outras espécies, quer para as actuais gerações, quer para as futuras.

Se é pouco informado, pode informar-se melhor.
Se é ingénuo, espero que deixe de ser.
Se se está simplesmente a lixar para os outros, nesse caso tenho pena, porque não percebe que também faz parte do mesmo bolo.


Desde 1986 que consumimos mais recursos num ano do que aquilo que a terra consegue repor. Ano após ano, acabamos com florestas, poluímos mais os oceanos e os rios, e ainda, a nossa própria alimentação. No mundo inteiro, as áreas ocupadas por aterros de resíduos crescem, áreas estas que ficarão sem utilização futura (na grande maioria dos casos), isto sem falar nas lixeiras a céu aberto (mais ou menos controladas). A produção alimentar anual é superior às necessidades dos habitantes do planeta, todavia morrem pessoas desnutridas, enquanto noutros locais do mundo, todos os dias, se deita comida fora (muita da qual, porque é feia... feia!?!?!). Nos países "civilizados" pagamos uma ninharia por um qualquer bem de consumo (uma t-shirt, um brinquedo, etc). O valor pago não chega sequer para pagar a matéria-prima (isto se quiséssemos ser justos com a natureza e devolver-lhe em "cuidados" aquilo que dela tirámos). Ao que se junta, o facto de sabermos que para isso estamos a explorar humanos noutra parte do mundo e achamos bem. Sim, achamos bem, afinal aquele humano se não fosse explorado, a fazer aquela t-shirt, não teria o que comer. Provavelmente, teria mais que comer, se os mesmos países "civilizados" não tivessem feito de tudo para acabar com as economias locais e de subsistência de vários destes países.

Mas bem... por isto tudo, a questão é simples... se queremos continuar a viver, uma vida justa para com os outros (gerações actuais e futuras, em qualquer parte do globo, respeitando também a natureza) temos de parar... este modelo de economia e sociedade não é viável. E isso é ponto assente.

A questão não é difícil de compreender, penso eu. No entanto, sou frequentemente adjectivada como sonhadora, assim uma pessoa que não tem a noção do mundo em que vive, não tem a noção da realidade. A Sónia que gosta dos passarinhos e das arvorezinhas, pensa que a comunicação é feita por pauzinhos. Basicamente, sou vista como a Sónia anti-tecnologia, a Sónia da natureza. Até é engraçado que alguém que se dedica a blogues desde 2004 seja vista como uma pessoa anti-tecnologia. Na realidade, a tecnologia é útil, bastante útil e a nível ambiental também. É graças à tecnologia que conseguimos manter um certo nível de vida sem poluirmos tanto. A tecnologia quando bem utilizada é algo fantástico, reconheço que o ser humano é sem dúvida genial e consegue desenvolver coisas maravilhosas (e outras terríveis). No entanto, o que éramos nós sem a natureza? Nada! Simplesmente não existíamos.

No fundo, quando dizem com um certo desdém, ai os passarinhos, as arvorezinhas como se estes fossem interesses menores, eu tenho pena. Verdadeiramente pena. Pena que haja quem não entenda que é nos pássaros, nas árvores, na água, nas plantas que reside a nossa maior riqueza, a nossa única fonte de sobrevivência.

A água e as árvores são sem dúvidas dos bens mais valiosos que temos. E ambas existem para lá do ser humano, já o ser humano não consegue viver sem as mesmas. Mas até mesmo seres supostamente insignificantes como as abelhas são cruciais para a nossa vida, a extinção destas pode levar à nossa extinção, o contrário já não me parece que aconteça.

O que quero dizer com isto é simples, não é quem adora e defende a natureza que não tem noção do mundo em que vive. Quem acha que os feitos do ser humano é que são consideravelmente superiores à natureza é que não percebe o mundo, não conhece a realidade. Aliás, foi por isso mesmo, por este antropocentrismo que a humidade teve de conceber Deus à sua imagem e semelhança, uma vez que nunca conseguiu conviver com a sua insignificância. É por isso mesmo que até os ateus e seguidores da ciência preferem continuar a esconder-se na "nossa maravilhosa sociedade de consumo" e a não ver a realidade.

A realidade é uma e é simples. O ser humano faz parte da natureza e precisa dela para sobreviver, o consumo exagerado está a por em risco uma quantidade de "aspectos/bens" naturais que são cruciais à nossa vida. Quando estes "aspectos/bens" estiverem completamente contaminados/poluídos ou em outros casos deixarem de existir, a nossa espécie acaba (e finalmente as outras espécies poderão viver em paz).

Assim, a verdade é simples, o capitalismo (tal como existe hoje) está a destruir o planeta, está a destruir-nos. E desta forma, ou aceitamos isso de livre vontade ou lutarmos contra esta realidade. Sim, o meu maior objectivo é diminuir a minha contribuição para a destruição do planeta (mesmo sabendo que ainda tenho um longo caminho a percorrer, sei que às vezes não sou assim tão sustentável, mas reconhecer acho que é o primeiro passo). E sim, a minha maior adoração é a natureza, porque é nela que reside toda a verdade sobre a vida.

Quem ama a natureza não é um sonhador, idealista, um louco... quem ama a natureza e a respeita é, no fundo, o mais realista de todos. E quem a ama e a quer cuidar, não pode ser a favor deste tipo de capitalismo em que vivemos.

Imagem retirada de http://links.org.au/node?page=8





sábado, 17 de setembro de 2016

Semana europeia da mobilidade e as pessoas de mobilidade reduzida

Começou ontem, dia 16 de Setembro a 15ª Semana Europeia da Mobilidade, a qual traz muitas actividades a diversos municípios portugueses. Este ano, o tema-chave é a mobilidade sustentável e inteligente, considerando que uma mobilidade inteligente promove uma economia forte (ler mais aqui). Quer dizer, eles consideram que uma mobilidade inteligente promove uma economia local forte e consequentemente um melhor ambiente urbano e melhor qualidade de vida, concordo completamente.

Todavia, eu pensei nos outros, aqueles que já de si têm uma mobilidade reduzida e era sobre esses que eu queria falar. Em Lisboa, ainda é difícil para algumas pessoas se movimentarem sem a ajuda de terceiros. E quem diz Lisboa, diz o país inteiro. Actividades simples como atravessar a rua, entrar num autocarro, apanhar o metro são quase impossíveis para pessoas com mobilidade reduzida. Quantas estações de metro em Lisboa têm acesso para cadeiras de rodas? Pouquíssimas.

Pensei para esta publicação fazer um percurso fotográfico dos obstáculos que as pessoas com mobilidade reduzida encontram desde de casa até ao trabalho (como exemplo usaria o meu percurso). Mas não tive oportunidade de o fazer, talvez o faça um dia com mais calma, Mas podem ter a certeza que são muitos degraus. Quando forem para o trabalho pensem nisso, nas escadas do metro, nos pilaretes dos passeios, na rampa do barco, entre outros tantos.

Entretanto lembrei-me de um vídeo que já vi há muitos anos, não concretamente sobre a mobilidade, mas sobre as dificuldades que as pessoas com as variadíssimas deficiências encontram diariamente. Neste vídeo, nós, "os normais" somos os "diferentes". Acho que dá que pensar.




Uma mobilidade inteligente é também uma mobilidade inclusiva e só isso faz sentido. Em Lisboa foi aprovado um Plano de acessibilidade pedonal que se encontra em fase de execução. É assim, pequenas acções aqui e acolá podem fazer a diferença na vida de muita gente.

quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Falta de civismo: Portugal não é só teu

Há muitos anos havia um programa na televisão chamado Portugal não é só teu (podem ver aqui um episódio), basicamente o programa mostrava situações de falta de civismo com o lema: Portugal é de nós todos, Portugal não é só teu.

Parece que já se passaram muitos anos, mas a falta de civismo continua. E eu continuo a denunciá-la. Isto tira-me do sério, o lixo perto da minha casa é tanto, mas tanto, que às vezes chego a perguntar-me se é possível:

"É possível que a Junta de Freguesia não veja?"
"É possível que a Câmara Municipal não veja?"
"É possível que os cidadãos gostem de viver nesta imundice?"

Pois, não sei. Mas sei que o Monte de Caparica tem uma enormidade de lixo que é uma vergonha. Já falei disso em O lixo perdido no Monte de Caparica, Almada e em Na minha rua... o caixote de lixo indiferenciado, mas tenho de falar novamente.

É que desta vez, num descampado que tenho perto de casa (um terreno daqueles que espera há anos por um projecto ou será pel'O projecto) existe um verdadeiro "nascer" de objectos inesperados. O que aconteceu é que o terreno tinha muita erva, bastante alta, a erva foi cortada e deixou à vista o lixo todo... e não é pouco.

Uma impressora...

Imagem própria

Um ovo de bebé (está mais distante)...

Imagem própria


Um garrafão com qualquer líquido lá dentro (gasóleo, gasolina, óleo, quem saberá?)

Imagem própria

Isto para não falar da imensidão de plásticos já partidos em imensas partes

Imagem própria

E já quando se vem do descampado para a minha casa, não é que alguém se lembrou de deixar, ali na rua, pedaços de um ESTORE... (ainda hoje fui deitar um pedaço de estore no lixo)

Imagem própria
Nisto de encontrar lixo no chão, admito que ainda consigo ser surpreendida... desagradavelmente surpreendida. Eu pergunto sinceramente:

Como é que há pessoas que são capazes de deixar o lixo assim em qualquer lugar?
Será que gostam de ver a rua onde passam neste estado? 
Será que gostam de viver num sítio assim?



quarta-feira, 14 de setembro de 2016

21ª campanha de reciclagem de radiografias

Começou ontem, dia 13 de Setembro, a 21ª campanha de reciclagem de radiografias promovida pela AMI (Assistência Médica Internacional). Nesta iniciativa pode entregar em qualquer farmácia as suas radiografias com mais de cinco anos ou sem valor de diagnóstico. Poderá entregar as radiografias até dia 4 de Outubro.

Ao entregar as suas radiografias estará a reciclar um material poluente, dando-lhe o destino adequado e salvando a prata que é um material valioso (ao reciclar estes materiais, não se esqueça que está a contribuir para a menor necessidade de extracção de novos minérios e consequentemente para uma maior sustentabilidade) e ainda ajuda a AMI na sua missão.

Imagem retirada de http://www.cm-arganil.pt/noticias/ambiente-e-saude/21a-campanha-reciclagem-radiografias-ami/

Já agora, se for à farmácia aproveite e deixei lá os seus medicamentos fora de validade, há imenso tempo que estou para referir isto, todos os medicamentos que não usa devem ser entregues na farmácia para que tenham o destino adequado, não devem ser colocados no lixo comum. Para mais informações sobre o tema consulte o site da valormed.

terça-feira, 13 de setembro de 2016

Câmara Municipal de Lisboa apoia o Aleitamento Materno

Com o lema  Aleitamento Materno: Presente Saudável, Futuro Sustentável, a Câmara Municipal de Lisboa em conjunto com a ACES - Lisboa Ocidental e Oeiras lançou no passado dia 10 de Setembro uma campanha de promoção do aleitamento materno (ver mais informações aqui e aqui).



Aleitamento Materno from Câmara Municipal de Lisboa on Vimeo.

No meu entender, uma entidade pública tomar uma posição de incentivo e divulgação ao aleitamento materno é algo bastante importante. Esta campanha terá a duração de dois meses e espero que seja muito enriquecedora e incentive muitas pessoas a seguir este caminho.
"Tendo como objetivo realçar a importância do aleitamento materno, tanto para o bebé como para a mãe, a campanha estará patente durante dois meses, integrando as comemorações da Semana Mundial dedicada a este tema (em Outubro).
O apoio da comunidade local e a participação de famílias envolvidas neste movimento de sensibilização para a prática do aleitamento materno foi fundamental para esta campanha pública, a primeira realizada no país e que, entre outras ações, contará com uma Conferência sobre aleitamento materno, destinada a profissionais de saúde e utentes, no dia 15 de outubro." (in http://www.cm-lisboa.pt/noticias/detalhe/article/campanha-aleitamento-materno-presente-saudavel-futuro-sustentavel).
E sem dúvida além de ser um presente saudável, contribui para uma maior sustentabilidade de todos.

segunda-feira, 12 de setembro de 2016

Açorda para o bebé

Há poucas publicações atrás (aqui) referi que tinha de vos deixar a receita da açorda para os bebés. E como o prometido é devido, aqui está ela. Esta receita não é da minha autoria, faço a açorda mais ou menos como consta no livro Cozinha Vegetariana para bebés e crianças de Gabriela Oliveira. Mas vou deixar a forma como faço e não exactamente a receita que está no livro. Esta receita é aconselhada a bebés a partir dos oito meses.

Ingredientes:
- 1 cebola
- alhos (2 ou 3 dentes)
- 3 colheres de sopa de flocos de aveia (demolhados previamente)
- feijão-verde
- courgette ou beringela (ou as duas)
- azeite
- salsa (na receita original estão coentros, mas como não tenho tido, tenho usado salsa)


Preparação:
Pico a cebola e o alho muito finamente e cozo-os em cerca de 200ml de água. Entretanto junto o feijão-verde com a courgette ou a beringela (já fiz só com courgette, só com beringela e já fiz com as duas) também tudo cortado finamente. Depois de estar tudo muito bem cozido, junto os flocos de aveia, deixo ferver e ponho a salsa por cima, mexo bem e está pronta a servir. Sem nos esquecermos do azeite, claro.





Imagem própria


O Luís gosta muito, na primeira vez que comeu, quando acabou começou a rir à gargalhada. Até há poucos dias, eu dava-lhe duas refeições por dia (sopa+fruta ao almoço e papa ao fim da tarde, às vezes trocava a açorda pela papa), actualmente desde que ele entrou na creche (esta semana) come três refeições (sopa+fruta ao almoço, papa ao lanche e sopa ao jantar, penso que se lhe der agora a açorda será ao jantar em vez da sopa). Bem estas trocas e refeições são genéricas, um bebé não é uma máquina e há alguns dias que come mais e outros em que salta alguma refeição.

Mas aqui fica, mais uma ideia para um refeição saudável para os vossos bebés.

domingo, 11 de setembro de 2016

A bolsa de valores e os tomateiros

Quando fui para o 10ºano escolhi o agrupamento 3 - Económico-Social (ou seria Sócioeconómico?). E ainda andei uns tempos a pensar seguir economia (era louca, só pode). Embora deva confessar que olhando para a definição que encontrei de economia, continue a ser uma área que me atrai (ver definição aqui, talvez existam definições melhores). No entanto, o actual sistema económico e financeiro para mim é incompreensível, de tal modo que acho que simplesmente não existe. Ratings, taxas de juro, dívida, défices, nada existe, porque tudo se baseia em coisas que não existem, não são palpáveis, especulação, atrás de especulação.

Como é que a libra pode ter desvalorizado tanto depois do Brexit? Como é que as bolsas da Europa desvalorizaram também nessa altura? Qual foi o motivo? Coisas abstratas, porque no concreto não aconteceu nada. Logo, o sistema pode ter muita lógica para diversas pessoas, mas para mim é completamente ilógico. Antes de existir um problema real que pode prejudicar a economia local, já o problema potencial está a prejudicar essa economia e depois é uma bola de neve.

Por isso, para mim, bolsa de valores e coisas do género são, simplesmente, fantochadas, afinal os tomateiros crescem independentemente dos índices da bolsa, não é?

Imagem retirada de https://www.facebook.com/170525249682773/photos/br.Abp3yykYgP7RzGgN9Lmfhlik5W9VrEndEyGL-10zxCseltlXfvKroogmDE8NHIqsiWMAT0V9VxIf5rLcbbx7YujxycKMWltcZEkbksiiEfWjJ0u3eL9ECKpV95t1-N48uWeACqB4DP9lk8MIu2zOKdjVG7bxIz_BlN5cyctaFzwF86SZfr8U--Nb84BtmjJ8R8Y/387681224633840/?type=3&theater



sábado, 10 de setembro de 2016

Roupa e a sua lógica de mercado incompreensível

Sempre achei algo ridículo estar em Agosto, um calor abrasador e nas lojas só se verem camisolas. Bem como estar em Janeiro e só encontrar t-shirts, talvez eu seja a estranha, mas parece-me algo difícil de entender. É que a última coisa que me apetece se estiverem 40 graus é experimentar uma camisola de lã. Mas bem, tudo em prole da moda e dessas coisa fantástica que são as novas colecções, em quase tudo idênticas às colecções velhas. O problema é que as novas colecções aparecem cada vez mais cedo nas lojas, e se em adulto isso ainda é tolerável, num bebé é simplesmente parvo.

Vejamos o meu caso em específico. Tenho um bebé de nove meses que até aos seis meses estava nos percentis 3-15 e que agora está acima do percentil 50. E isso significa que cresceu uma enormidade em cerca de três meses, logo não houve logística de t-shirts e calções que funcionasse. Aliás, as t-shirts ainda vão funcionando, mas os calções estão todos apertados. Logo, a minha necessidade é comprar calções. No entanto, e embora tenham estado 30 e tal graus nestes últimos dias, as roupas que existem de bebé a vender são para locais em que um bebé tem de ser vestido como na imagem em baixo para não ter frio (exagerando um bocadinho, claro).

Imagem retirada de http://www.infohoje.com.br/como-esquentar-o-bebe-no-inverno-modelos-e-dicas.html

Assim, antes de irmos de férias tentámos comprar calções para o Luís porque os dele estavam a ficar apertados. Mas como já não encontrámos nada de jeito não comprámos. Contudo, agora tinhamos mesmo de comprar. Assim, dado que nas lojas nos centros comerciais "normais" já só há nova colecção fomos ao Freeport (supostamente é um outlet, não é?), mas o sucesso não foi grande. Ainda encontramos um calções perdidos no meio de várias lojas, mas pouquíssima roupa de Verão. Na Blue Kids, a rapariga foi muito simpática, mas disse que para a idade do Luís já não havia quase nada de Verão, embora ainda fosse receber algum material de fim de colecção de outras lojas. Depois acrescentou, uma frase muito parecida com o que se segue: "Sabe é que nós até Novembro vendemos muita roupa de Verão, é o que vendemos mais, mas só mesmo restos de colecção, mas temos muita procura". Eu sorri, mas apeteceu-me dizer, "sabem porque é que até Novembro vendem muitas roupa de Verão para crianças? Porque até Outubro está imenso calor e já não se encontra roupa de Verão em nenhum sítio sem ser num Outlet (e mesmo assim pouca)". Sinceramente parece-me tão lógico.

Ainda fui à Kid to Kid, mas calções para o tamanho dele também já não havia nada, mas bem uma loja de roupa em segunda mão deve reger-se por aquilo que vão lá vender, penso eu.

Mas isto tudo, o que eu quero dizer com esta história é: tem algum jeito com tanta loja de roupa que existe, não conseguirmos encontrar roupa para a estação em que estamos. Sobretudo para bebés que crescem de forma inconstante. Será que quem gere as lojas/marcas, pensa mesmo na estupidez de vender macacões destes em pleno Verão?

Imagem retirada de http://produto.mercadolivre.com.br/MLB-707190456-macaco-inverno-beb-acolchoado-_JM

São muito fofos para o frio e é isso. Talvez isto sejam estratégias de venda ou mesmo moda (o que interessa a um bebé a moda?). Mas só imagino o desperdício de recursos de andarmos a comprar roupa com antecedência, e depois porque o bebé cresceu mais do que era esperado ou cresceu menos, porque está mais calor ou mais frio, por diversas razões a roupa ali estagnada sem nunca ter sido usada. Cá em casa aconteceu com diversas peças e só não acontece mais porque desisti de comprar com antecedência. Compro quando é necessário, ou seja quando já não há na loja, o que significa que não compro, anda o miúdo sempre com a mesma roupa (enquanto os calções lhe servirem).

sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Breves: ser ecológica e as visitas

Alguém adivinha o motivo ecológico que me faz gostar de receber visitas em casa?

É que assim tenho a certeza que os seus resíduos vão ser triados e depois vão para a reciclagem. E eu recebo em casa muita gente que não faz reciclagem diariamente, logo é um verdadeiro ganho ambiental, eheh, quero crer nisto.

quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Pão e a sabedoria de décadas

O pão tem sido, ao longo dos séculos, o alimento por excelência. Mais que um alimento para o corpo, o pão representa em várias culturas o alimento para o espírito. O pão tem também uma forte importância no cristianismo e portanto na nossa cultura e identidade nacional.

Antigamente era comum as pessoas fazerem o seu próprio pão, coziam-no uma vez por semana e guardavam-no naquelas arcas antigas de madeira (ou provavelmente onde conseguiam). Pão amassado à mão e cozido no forno a lenha.

No meu entender, fazer o nosso próprio pão é sermos mais auto-suficientes, mais próximos das origens, não depender tanto do sistema (se bem que temos de comprar a farinha). Depois, todo o processo é uma construção, muitas vezes era um momento de partilha familiar. No entanto, na actual sociedade a facilidade com que compramos o pão e outras coisas, faz com que a tradição de se fazer pão da forma tradicional vá desaparecendo.

Nós cá em casa temos um forno a lenha que usamos esporadicamente. E aproveitámos uma visita da minha tia I. (uma pessoa muito especial) que já tem 85 anos para darmos verdadeira vida ao forno. Quero dizer com isto que a minha tia fez broa (como a que se faz na terra do meu pai), tudo do modo antigo. Nomeadamente, a mistura das farinhas de milho e trigo, amassar a broa, esperar que levedasse, tender, cozê-la no forno a lenha. Não vou deixar a receita, porque acho que a receita não é o principal a saber (isso há muitas receitas na internet), acho que o mais importante é saber o ponto certo para a massa, se já levedou e tender bem os pães. Mas isso não se aprender no mundo virtual, só se aprende fazendo.

Além das broas normais, a minha tia ainda fez uma bôla de chouriço, uma bôla de bacalhau e uma bôla de sardinha. Estas bôlas são feitas com a massa normal do pão, mas no interior leva um preparado que consiste na mistura de cebola picada, azeite e colorau com a proteína (chouriço, sardinha ou bacalhau). Quando as bôlas vão a cozer, o preparado coze também e o sabor espalha-se pelo pão.

E aqui ficam as fotografias, mais que as fotografias do pão, são as fotografias que ilustram um momento em família e a partilha de um saber de muito e muitos anos.

Primeiro podem ver o resultado final...

O resultado final
Imagem própria



E agora o processo intermédio...

A massa já levedada
Imagem própria
Aquecer o forno
Imagem própria

Tender a massa
Imagem própria
A confusão instalada
Imagem própria

Já no forno
Imagem própria
Os preparados para as bôlas
Imagem própria

E no fim, foi comer, comer, partir e repatir.

domingo, 4 de setembro de 2016

Música popular, t-shirts e gaios: uma salgalhada feita publicação

Esta publicação é uma miscelânea de coisas, daquelas que me fazem pensar. Isto tudo, ainda num misto de sentimentos derivados das férias. Uma coisa, duas coisas e quando damos por isso, já fizemos toda uma teia de pensamentos. E começou tudo com um acto de consumismo, a compra de uma t-shirt.

Estava numa loja de regalos ou recuerdos em Santiago de Compostela com t-shirts muito engraçadas com espírito galego (eu sou uma defensora da cultura galaico-portuguesa, não que eu tenha muito conhecimento sobre a mesma, mas porque no caso espanhol, acho que a identidade de cada região deve ser defendida, mantida e difundida. E também, confesso que gosto de ir a algum sítio do território espanhol onde me percebem mesmo quando falo português) e fiquei apaixonada por uma delas. A t-shirt tem este desenho:


Imagem retirada de http://www.nikisgalicia.com/es/bebes-y-nino/4334-Beb%C3%A9%20y%20ni%C3%B1o-vai-tu-vai-ela.html#.V8tXjzXMJxI


Quando vi a t-shirt, adorei-a (eu já gosto de t-shirts com mensagens, muito mais sendo a letra de uma música popular) e comecei logo a cantar Vai tu, Vai tu, Vai ela. Pelo que percebi, depois de ter pesquisado, esta música tradicional teve origem na Galiza e Norte de Portugal, embora actualmente as letras cantadas em ambos os locais sejam diferentes (pelo que percebi).

A música é algo bastante importante na minha vida, não é à toa que este blogue tem uma etiqueta chamada A música é alimento. A música popular tradicional além de alimento para a alma é a transmissão oral de modos de vida, histórias, amores, formas de falar de séculos. A música popular tradicional é de uma riqueza enorme, criada pelo povo, é endógena, é da terra, dos nossos pais, avós, bisavós. É cultura, é modo de ser, é uma forma de olhar o mundo, é uma expressão das nossas raízes. A música popular tradicional, é capaz de ser mais forte que fronteiras e estados nações, neste caso particular, esta música permanece e faz parte da vida portuguesa e galega, acho que me atrevo a dizer que a música é a forma viva de um povo com uma cultura idêntica que há muitos anos foi separado.

Talvez nada disto que estou a escrever pareça fazer muito sentido, mas cantar estas músicas é perpetuar a nossa história enquanto povo, o qual no seu conjunto conseguiu transmitir oralmente uma infinidades de saberes e conhecimento.

Viva a música popular, a tradicional, a que veio do povo para o povo. Para quem ainda não conhece, sugiro que espreitem este site: A música portuguesa a gostar dela própria.

Fica uma versão galega, aqui intitulada como verde-gaio. Ouvi várias versões e gosto especialmente desta.


E por falar em gaios, já estava eu no Gerês, diz-me o meu marido "Viste aquele gaio", respondi que tinha visto, mas que não tinha reparado que era um gaio. Depois contei que quando era pequena o meu avô tinha gaios, ele disse-me que o pai dele também teve. Disse-lhe depois que há muitos anos que não conheço ninguém que tenha gaios, o que lhe disse que ainda bem porque eles são bonitos é na natureza. Ele rematou "ninguém tem gaios porque as pessoas já não têm paciência para os irem apanhar aos ninhos, não é pela liberdade, porque continuam a ter piriquitos". Ele é capaz de ter razão.

Para quem não conhece, um gaio é este pássaro, bonito e que também fala. Os gaios do meu avô gritavam "Pai".


Imagem retirada de https://pt.wikipedia.org/wiki/Gaio-comum

Só para terminar, eu comprei a t-shirt, mas tenho a dizer que na etiqueta diz "Feito en Galicia", só coisas positivas.

sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Caminante, no hay caminho

Agora que sou adulta e olho para trás vejo o que eu mais gostava nos escuteiros: caminhar, andar, andar, andar. Sempre gostei de andar, quando era pequena e ia para a praia, eu queria era andar, andar, andar. Já contei aqui no blogue que comecei a fazer as minhas grandes caminhadas no dia a seguir de saber que estava grávida. O que significa que comecei e acabei, porque a gravidez e caminhadas de quilómetros não são muito fáceis de conciliar, nem caminhadas e bebés.

No entanto, quero partilhar convosco, não caminhadas que fiz, mas caminhadas que quero fazer. A verdade é que estas férias que estão agora a acabar fui a Santiago de Compostela e ao Cabo Finisterra e fiquei fascinada.

Santiago de Compostela é um dos mais famosos destinos de peregrinação cristã, segundo percebi a peregrinação acaba com a chegada à catedral de Santiago de Compostela, mais precisa com a visita ao túmulo de Santiago, um dos apóstolos de Jesus. Quem me conhece, sabe, que a fé cristã (católica em particular) é algo que me deixou de acompanhar há muitos anos. Na realidade, apenas acredito na natureza e na sua força, o que me leva a crer que devemos adorar os elementos da natureza e não qualquer Deus criado à nossa semelhança. E é aqui que entra o meu fascínio. No fundo, o meu grande objectivo não era ir a Santiago de Compostela (mas gostei muito na mesma), o meu objectivo era ir ao Cabo Finisterra (ou Fisterra em galego).

No tempo dos romanos, acreditava-se que este cabo era o ponto mais ocidental (do mundo conhecido na altura, parece que não conheciam o nosso Cabo da Roca ou então não percebiam muito de longitudes, não devem ter feito a maravilhosa cadeira de Cartografia I), por esse motivo chama-se Finisterra, ou seja, o fim da terra. Este cabo, que dista cerca de 90 km de Santiago de Compostela, é para muitos peregrinos a última etapa da peregrinação, recuperando assim uma antiga tradição celta de culto a Ara Solis (culto em honra do Sol).

Para mim, pessoalmente, faz-me muito mais sentido caminhar para ir adorar o Sol do que para adorar Santiago. Mas acho que caminhar para adorar seja o que for, é mais um processo interno de procura e conhecimento de nós próprios do que outra coisa. Caminhar é um acto de encontro espiritual. Talvez, por isso, encontrei nos peregrinos que vi, uma enorme paz interior (o que sinceramente não costumo ver nas peregrinações a Fátima). Uma paz, um despojamento, uma alegria, um encontrar o caminho. Não o caminho físico, não o caminho da estrada, mas o seu caminho pessoal.

Eu também quero conhecer esta sensação, espero um dia fazer este caminho, ir de Santiago de Compostela a pé até ao Cabo Finisterra, adorar o Sol, as árvores, as pedras, o mar, a natureza e sentir-me mais confortada espiritualmente. Cada um pode encontrar na peregrinação e nas caminhadas as suas respostas, umas mais próximas das religiões existentes, outras mais relacionadas com a natureza, mas o que no fundo importa é encontrarmos a nós mesmos e encontrarmos as nossas respostas. A caminhada e a contemplação da natureza são a forma mais fácil de o fazer, pelo menos é o que penso.

Um poema do espanhol António Machado (ver completo aqui)

Caminhante, são tuas pegadas
o caminho e nada mais;
caminhante, não há caminho,
se faz caminho ao andar


Por acaso gosto mais da versão original

Caminante, son tus huellas
el camino y nada más;
caminante, no hay camino,
se hace camino al andar.

E é mesmo esta a perspectiva, a questão não é o caminho físico, mas é ao caminhar que encontramos o nosso ser, é uma busca espiritual. Caminhar é um encontro connosco, é esquecer o mundo, com o único objectivo de andar e de descobrir um novo mundo invisível aos outros, o nosso mundo interior.


O Cabo Finisterra
Imagem própria

O grande motivo pelo qual não pode fazer neste momento da minha vida o caminho a pé, mas espero conseguir passar-lhe o gosto pelo caminhar.

Eu e o meu bebé no km 0 dos caminhos de Santiago
Imagem própria

E como não poderia deixar de ser. O que há no cabo Finisterra? Isso mesmo, contentores decentes de reciclagem, na questão do lixo, a Galiza tem nota máxima, tudo limpo, imensos caixotes de reciclagem, uma verdadeira alegria para os meus olhos.

Imagem própria

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