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Mas resumidamente, a minha opinião é a seguinte, acho que esta sociedade liga demasiado à roupa (aos bens materiais em geral). A quantidade de roupa que todos temos é um exagero, completamente insustentável. É mau a nível ambiental, produzimos imensa roupa, usando demasiados recursos, quer na sua produção, quer no seu transporte. Acresce ainda o problema dos resíduos têxteis, a imensa quantidade de produtos que nunca são usados e que acabam em aterros. E ainda, a parte social, grande parte da roupa que consumimos é feita em países onde os trabalhadores são explorados.
Por isso, para mim a primeira e principal forma de sermos mais sustentáveis é consumirmos menos roupa, comprar menos. Reduzir é a única solução. Tudo o resto apenas pode ajudar, mas não resolve nada. Se quiserem podem ler Fast fashion is "drowing" the world. We need a Fashion Revolution, na qual se explica bem este mundo louco da roupa, o consumo excessivo de recursos e um problema sem fim.
Mas mesmo reduzindo, nós precisamos de roupa, então que princípios devemos seguir?
- Comprar roupa de melhor qualidade que dure mais tempo;
- Comprar roupa feita em Portugal ou em países mais próximos e com melhores condições de trabalho;
- Doar a roupa que já não usamos e está em bom estado (ou vender em 2ª mão);
- Dar um novo destino a têxteis que já não têm utilidade (por exemplo: Fazer brinquedos com materiais usados ou Do velho ao novo, uma capa para a tábua de engomar);
- Entregar os restos de têxteis que já não têm utilidade para reciclagem.
Relativamente, à reciclagem dos têxteis, segundo o link acima partilhado:
"And if you think that dumping a bag of clothing at your local thrift store will help get rid of all that unwanted clothing, it doesn’t quite work that way. Whilst donating is great in giving your old threads a second life, not all can be recycled. H&M’s recent World Recycling Week, in which their aim is to collect and recycle 1,000 tonnes of used clothing, is an “illusion” of what true sustainability is, as only one per cent of collected clothing can be used as recycled fibres."
Eu faço-o, costumo entregar realmente na H&M, mas como costumo dizer o objectivo não deve ser entregar coisas boas para reciclar, mas aquilo que já não têm qualquer tipo de utilidade, nomeadamente os trapos de quando se costura qualquer coisa. É melhor serem reciclados, mesmo que só aproveitados de forma mínima do que serem deitados no lixo comum. Embora a loja acima, faça mesmo roupa com fibras recicladas, grande parte do que se consegue reciclar de têxteis é usado para estofos de automóveis e para fazer desperdício para oficinas.
Relativamente à questão de comprar roupa de melhor qualidade e nacional, todos sabemos que isso tem um problema prático que é o dinheiro. Por isso, as pessoas recorrem tanto à Fast Fashion, eu também o faço, porque nem sempre há dinheiro para comprar algo melhor, mas mesmo por isso devemos pensar em comprar menos. Isso e ter cuidado com a roupa, o cuidado com as lavagens faz com que a roupa dure mais. O que é fácil em adultos, mas muito complicado em crianças, por mais que eu gostasse de ser sustentável, preciso constantemente de comprar roupa para o bebé e nem sempre feita na Europa.
Agora se forem viciados em comprar roupa e em moda, sinceramente não sei que conselho dar. Acho que o único que posso dar é que há coisas muito mais interessantes onde gastarem o vosso dinheiro do que em roupa (tipo, concertos, teatro, passeios). Mas isto é um gosto pessoal, não posso obrigar ninguém a pensar como eu.
Mas da próxima vez que forem comprar roupa pensem "eu preciso mesmo disto?" e se não precisarem, mas quiserem comprar na mesma, pelo menos garantam que vão usar mesmo a dita peça.
Já ando para escrever isto há muitos dias, desde que abriu a Primark do Almada Fórum, no início deste mês. Tudo porque fiquei chocada com isto Milhares em Almada para inauguração de loja. Não havia necessidade de irem no primeiro dia ou havia?
É que eu já não entendo muito bem a loucura com a Primark, além da questão social e ambiental, as poucas vezes que entrei lá, senti-me excessivamente atacada pelos produtos. Mas a loja vai estar aberta todos os dias, todas as semanas, das 10 às 24 horas. O excesso da sociedade também se vê nesta loucura de consumir JÁ, AGORA, SEMPRE. No consumo realmente parece que o ditado popular "Não deixes para amanhã o que podes fazer hoje" tem muitos adeptos.
Imagem retirada de http://www.cidadeinformacao.pt/primark-abre-no-almada-forum-com-qualidade-a-precos-acessiveis/
Relativamente à questão social, na minha opinião os preços que a Primark pratica só podem significar exploração de trabalhadores, claro que isso não significa que marcas caríssimas também não os explorem. Infelizmente, barato significa quase sempre exploração, caro não significa por si que se paguem ordenados justos.
Todavia, se mais caro significar melhor qualidade e durabilidade, em termos ambientais é mais benéfico do que comprar roupa que se usa apenas meia dúzia de vezes.
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