sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Dinheiro, o vil metal

O meu pirolito já tem dois meses. E desde que nasceu que os avós estão convictos que lhe devem arranjar uma fortuna, um bom pé-de-meia. E a melhor hipóteses é jogar em raspadinhas. Eu devo confessar que gosto de jogar raspadinhas, não que espere ganhar grande coisa, mas dá-me prazer raspar e o efeito de surpresa, é como as rifas da quermesse, não espero ganhar grande coisa, mas gosto daquele ritual de desembrulhar a rifa.

Mas, mal o Luís nasceu, comecei a ouvir coisas como: a grande necessidade de arranjar dinheiro para o Luís, "se saísse dinheiro para o Luís" ou "este dinheiro é do Luís". E não gosto nada de ouvir isto, quando ouvi pela primeira vez pensei "Lá vão começar a meter na cabeça do miúdo desde pequeno que o dinheiro traz felicidade", mas calei-me, o meu marido respondeu "Ele não precisa de dinheiro para nada".

Claro que ele precisa de dinheiro, porque sem dinheiro nós não lhe conseguimos satisfazer todas as necessidades, mas neste momento o que ele precisa é de comida, higiene e muito amor. Ele precisa dos pais e não é ter dinheiro que o fará ser mais feliz. Nem no futuro, quanto mais no presente.

Claro que haverá um momento na vida dele que ele saberá que existe dinheiro e espero que perceba a importância deste na sociedade para o bem e para o mal. Mas por enquanto para quê pensar no dinheiro para ele a longo prazo. Os avós acham que se deve pensar porque um dia ele irá para a universidade ou isto ou aquilo. Eu sou mãe e não consigo traçar-lhe um futuro imaginário, o futuro é uma incógnita, a vida é algo que muda constantemente. Para quê limitarmos o presente a pensar no futuro dele daqui a dezoito anos? Daqui a dezoito anos a vida dele será melhor ou pior pelo que decidimos e fazemos hoje do que por ter ou não ter dinheiro no banco.

Entretanto, o dinheiro que  lhe dão, eu tenho guardado, mas como disse ao meu marido o dinheiro é para ele, mas se nós precisarmos gastamos, afinal a felicidade dele depende também do nosso bem-estar. E como eu costumo dizer o dinheiro só existe para uma coisa, só existe para ser gasto, com consciência, mas para cumprir a satisfação das nossas necessidades.

Não quero com isto dizer que me oponho a que os avós lhe deem dinheiro ou que juntem para ele. Mas prefiro que ele não cresça a pensar que ter dinheiro é sinónimo de felicidade. Prefiro que ele cresça a saber que com pouco dinheiro também pode ser feliz. Como diz o subtítulo do blogue: reduz as necessidades.

Imagem retirada de http://www.petmag.com.br/petteca/famosos/tio-patinhas/
No fundo, eu não quero que ele seja um Tio Patinhas, eu quero que ele seja um Peter Pan, um Tom Sawyer ou um Robin Hood. Bem eu quero que ele seja o que quiser, mas preferia que fosse despreocupado com a riqueza, que viva feliz e livre. E deixo isto aqui escrito para caso um dia eu mude de ideias, ele saiba que um dia eu era uma pessoa que o queria livre.

E acabei de descobrir que o filme Robin Hood em desenhos animados da Disney está completo no youtube. Adoro este filme.


Ena o Luís adora ouvir a música do Robin Hood, já está no bom caminho.

2 comentários:

  1. Olá Sónia! Você tem toda a razão! Se nós os ajudarmos a construir boas bases (morais, pessoais, capacidades criticas e de análise) eles vão ser capazes de procurar a sua felicidade! E isso é o mais importante! :)
    Aline C.

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    Respostas
    1. Obrigada. O melhor que lhes podemos dar é mesmo amor, valores, experiências e horizontes :)

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