sexta-feira, 7 de agosto de 2015

O lixo cá de casa...

No meu entender, uma das piores consequências do lixo é a sua deposição em aterro... os aterros vão sendo cheios, cheios, cheios e depois tapados... as áreas onde os aterros estão nunca poderão ser áreas normais urbanas ou agrícolas... embora haja a possibilidade de transformar aquilo em alguma energia, não sei bem como funciona esse sistema.

No outro dia cheguei à conclusão que a grande maioria das pessoas não tem a noção que o seu lixo doméstico vai parar a aterro. Muito menos que senão mudarmos a forma de depositar este lixo, qualquer dia não há aterros que nos valham com tanta deposição.

Por isso a divisão dos resíduos é tão importante. Tudo o que for enviado para reciclagem foge deste destino final, sem falar que a produção de novos produtos a partir da reciclagem usa muito menos energia e água que a produção dos mesmos produtos a partir de matérias-primas "virgens". Claro que antes da reciclagem, convém pensar na reutilização e redução.

Outro problema dos aterros é que nem sempre reúnem as melhores condições para a degradação dos resíduos biodegradáveis, o que não é de estranhar até porque por questões de higiene tendemos a juntar todo o lixo em sacos de plástico. Misturado-os com outros produtos e nem sempre com as condições a termos de humidade necessárias para a sua degradação. Assim, um resíduo que ao ar-livre poderia decompor-se facilmente, num aterro demora muito mais tempo.

Cá em casa a quantidade de resíduos que vão para o contentor normal é muito reduzida, por semana despejo cerca de 1 saco de compras de supermercado mal-cheio num contentor indiferenciado. Algumas semanas, nem despejo. Normalmente apenas deixo alguns guardanapos do almoço e jantar (sei se que podiam ir para a compostagem, mas não temos esse sistema cá em casa), cotonetes, alguma coisa de cerâmica ou vidro que se parta (é raro) e alguma coisa que vai lá parar sem querer (normalmente motivado pela preguiça de alguém, mas também é raro).

Assim, quase tudo vai para a reciclagem, vidro, papel, cartão, rolhas de cortiça (outras vezes faço trabalhos manuais e noutras deixo-as a degradar no meio das flores), pilhas e baterias, pequenos electrodomésticos (normalmente há quem cá em casa os desmanche e os venda por materiais), roupa (toda entregue em sítios que prometem tratar dela).

Os restos de comida vão direitinhos para as galinhas, as amigas devoradoras de resíduos orgânicos, o que por acaso elas não comem (coisa rara) vai ficando lá a apodrecer... se ficar directamente em contacto com a terra passado um ou dois dias já está integrado no solo, se ficar em contacto com o cimento quando é limpo passa para o monte do estrume, onde vai curtindo, ou seja um processo semelhante ao que acontece na compostagem. Como é tudo ao ar livre não se acumulam cheiros. Este estrume depois de curtido vai servir para pôr na horta, não sendo necessário desta forma recorrer a adubos artificiais.

Não digo que façamos tudo certinho e que não haja erros pelo meio, mas parece-me um óptimo destino para os meus resíduos.

Outra coisa que insiro, constantemente, no meu jardim são borras de café, tenho uma loja onde se vende café e trago sempre as borras, óptimo alimento para as minhocas que acabam por ele num instante.

O lixo que varro dentro de casa ou no quintal como é sobretudo pó e folhas secas também são depositados nesse monte de estrume ou se for pequena quantidade em algum canteiro de flores.

E assim se faz uma casa com pouco lixo.

Algo positivo sobre o sistema de lixo doméstico indiferenciado é que em muitos centros já há alguma separação e esse lixo consegue ainda ser valorizado. Mas nem tudo é possível de separar, por isso mais vale fazer esse trabalho em casa.

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