quinta-feira, 6 de agosto de 2015

Roupa o que lhe fazer...

Quando a minha mãe morreu, herdei naturalmente toda a sua roupa de casa e como a casa é grande, posso dizer que a minha mãe era ligeiramente exagerada... por um lado, bastante consumista, comprava muito... mas por outro lado, muito poupada, não deitava nada fora... ou seja tudo o que era têxtil que já não cumpria a sua função era guardado para outro fim... assim desde pequena lembro-me de a ajudar a fazer pegas de cozinha (para um restaurante, aí se a ASAE sonhasse) de antigas camisas... panos de limpeza de tolhas, etc, etc... mas a verdade é que embora fosse bastante poupada no que se refere a não entupir os caixotes de lixo com têxteis, continuava a comprar...

Ao contrário do que muita gente acha, pois não gosta de ficar com coisas antigas porque não se usam e tal, a mim deu-me bastante jeito... o dinheiro que não tive de gastar em lençóis e toalhas e nessas coisas foi melhor empregue, no meu entender claro, a viajar, passear, ver museus, comprar livros, essas coisas sem as quais podemos viver, mas sem as quais a vida não tem tanta graça.

Mas agora que vem aí uma criança, tivemos de abrir a fundo os armários e livrar-nos de todas essas toalhas e coisas do género que inundavam as nossas prateleiras e gavetas e deixar apenas o essencial para a nossa vida quotidiana. A par disto, dar também uma volta em roupa pessoal que se acumulou nos últimos tempos.

E como deitar têxteis no lixo está fora de questão, tivemos de pensar em soluções. E assim foi, então coisas que queríamos despachar cá de casa:

- Toalhas e toalhões de banho (alguns quase novos);
- Panos de cozinha (novos);
- Lençóis (pares ou individuais) em bom estado;
- Lençóis que a minha mãe guardava à espera de os arranjar que tinham sido roídos pelo meu antigo cão;
- Trapos de toda a espécie e mais alguma;
- Roupa do meu namorado que já não lhe serve, outra já em avançado estado de degradação;
- Roupa minha que sei que mesmo que volte à melhor forma depois da gravidez, nunca mais vou usar

Toda a roupa de casa em bom estado decidimos enviar para a casa que temos na terra do meu pai, assim não precisamos de continuar a levar imensas coisas cada vez que lá vamos. Mesmo assim como era demais, lá andei a perguntar a umas tias se não precisavam de umas toalhas de banho quase novas e lá ficaram com mais umas quantas. Menos que elas compram, poupam dinheiro e poupam o ambiente.

A nossa roupa que já não serve sequer para andarmos cá por casa ou pelo quintal, decidi dar a uma tia que vive numa aldeia, onde as pessoas ainda precisam muito de roupa para tarefas agrícolas e florestais... e onde muita gente tem profissões como pedreiros, pintores, empregadas de limpeza, etc, etc... normalmente para isso qualquer roupa, desde que confortável serve, mesmo já muito gastas.

Depois os lençóis sem par, ou alguns com par, e outras coisas em relativamente bom estado que sei que ainda podem ser aproveitadas decidimos deixar nos contentores da Cáritas. A Cáritas parece-me ser uma organização confiável, por isso acho que os seus contentores deviam ser bastante usados por nós. Infelizmente, não tenho nenhum contentor perto de casa, por isso tenho de ir guardando até ir a um deles de propósito.

Sobravam ainda os trapos, tecidos rotos e coisas que já nem se percebe o que foram. Penso que esses sejam realmente os mais complicados. Costumava deixar este tipo de coisas nos contentores da Humana, na esperança que eles os reciclassem... mas bem a Humana é uma instituição que deixa muito a desejar, já li na internet e ouvi relatos pessoais que aquilo é tudo menos uma organização humanitária... logo pior que não ajudar ninguém é dizer que ajuda e não o fazer, e ainda por cima, explorar quem quer ajudar... por esse motivo, nem sequer entro nas lojas da Humana... logo dar-lhes algo, mesmo que trapos, é um contrasenso.

Assim, numa ida a loja H&M percebi que eles aceitam roupas velhas, sim eu nunca fui muito fã da H&M mas tive de me render à evidência que é das poucas lojas onde encontro roupa para grávidas, minimamente barata e jeitosa... mesmo que seja feita na China ou no Bangladesh (essa questão fica para outra postagem). E tem uma vantagem monetária associada, por cada saco de roupa que entregarmos dão-nos um vale de desconto de 5€. E sim pode ser qualquer tipo de roupa, mesmo incluindo os trapos velhos e rotos que tenho cá em casa.

A roupa em bom estado eles vendem em lojas em 2ªmão, não sei bem onde, a roupa muito estragada reciclam podendo ser futuramente o interior de um automóvel, por exemplo... e aquela que não dá para reciclar, segundo dizem vai ser transformada em energia, o que me parece melhor do que acabar num aterro...

Aqui está uma notícia já um pouco antiga onde fala desta iniciativa:

H&M quer a sua Roupa Velha

Basicamente a H&M não faz nada de diferente daquilo que faz a Humana, a diferença é que prefiro, mal por mal, contribui para uma grande multinacional do que para uma organização humanitária que pelo que consta não ajuda ninguém e que se gere com o objectivo do lucro como se uma empresa fosse.

Além disso devo reconhecer que neste momento, vales de 5€ para comprar vestidos de grávida e soutiens de amamentação dão bastante jeito.






1 comentário:

  1. Agora a preparar a casa para o Afonso, também tive que dar uma grande volta aos texteis. A maioria das coisas foram para a igreja da minha mãe distribuir, outras, pus de parte para fazer algumas coisas para o Afonso (lençois, fraldinhas...) Desconhecia essa iniciativa da H&M. Agora já fico a saber! ;)

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