UPS
E continuou "Tudo o que vendes é em embalagens de plástico e tens máquinas a trabalhar o dia inteiro"
A minha culpa, a minha culpa e a minha consciência... a minha consciência pesa...
É verdade uma loja de vending não é uma coisa muito ecológica, tudo o que vendemos tem de ser em embalagens plásticas. É obrigatório por lei e compreende-se o porquê... neste ponto a nossa pegada ecológica cresce... a questão é: "Porque é que abri uma loja de vending?"
Eu estava num emprego que pouco me preenchia, aliás muito me chateava e sempre tive o sonho de abrir um negócio próprio. Um dos meus amigos estava desempregado e decidiu que também queria investir o dinheiro que tinha junto. Assim, decidimos abrir um negócio. A primeira ideia:
- Abrir uma banca de sumo naturais numa estação de transportes públicos (isto sim era realmente ecológico).
Mas tínhamos muitos contras: a falta de experiência; o dinheiro que tínhamos para investir não era assim tanto; e segundo uns inquéritos que fizemos, a vontade de beber sumos naturais não é assim tão grande.
Decidimos investir num franchising, mas tinha de ser algo com investimento relativamente reduzido e que nos parecesse um negócio com potencial. E este negócio do vending parecia ter potencial. E assim fomos em frente na nossa decisão, isto há mais de um ano.
Mas e a pegada ecológica? Pois deve ser grande... Mas dentro do mal, fazemos um esforço por melhorar e aproveitar, ou seja, reciclar, reutilizar, reduzir. O que fazemos na loja para a tornar um bocadinho mais sustentável:
- Dividimos todo o lixo produzido no interior da loja (armazém) para a reciclagem, a quantidade de cartão é algo assustador (algumas caixas vamos reutilizando, mas não precisamos nunca de tantas);
- Os sacos plásticos onde vêm os copos de plástico para a máquina do café reutilizamos para guardar as moedas que depositamos no banco;
- As borras do café trago-as sempre para o jardim, o que ao longo deste ano e tal já significou muitos menos quilos de resíduos no lixo indiferenciado;
- Quando estamos na loja apagamos a sua luz, aproveitando assim a claridade do dia;
- Quando no interior da loja as arcas já não estão cheias, pomos tudo numa, desligando a outra por uns dias;
- E muitas vezes dividimos o lixo que os nossos clientes deixam na loja, não dividimos sempre porque pôr a mão no lixo alheio às vezes é algo desagradável, mas bem quando conseguimos ainda salvamos umas coisinhas, sobretudo latas, garrafas de plástico, etc.
Claro que o meu namorado continuou:
"Vendes coisas feitas em Espanha", bem melhor de Espanha que do Chile, mas bem não importamos muitas coisas, agora é verdade que a maioria dos chocolates e coisas do género não são feitos cá. Mas isso é um problema que acaba por estar fora do nosso controlo, aliás de qualquer comerciante.
"Só vendes doces, salgados e refrigerantes", é verdade, normalmente não há coisas muito saudáveis em máquinas de vending e pela minha experiência devido a duas causas: em geral as pessoas não querem comer coisas saudáveis; as coisas saudáveis não têm embalagens fáceis de introduzir em máquinas de vending. Sim já experimentamos iogurtes e fruta desidratada, por exemplo, mas o escoamento do produto foi reduzido.
Bem vou para a loja quase todos os dias de transportes públicos será que isso diminui a minha culpa? Também varro imensas beatas da frente da loja e ponho-as no lixo, em vez de as deixar ali ao sabor do vento. Mas talvez isto também não reduza a culpa, acho que o que a reduz a minha é ter a consciência dela e tentar constantemente reduzir o consumo de energia da loja, reutilizar ao máximo o que posso e tudo o resto reciclar.
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