terça-feira, 29 de março de 2016

Quatro meses de fraldas e toalhitas reutilizáveis

Um estendal de fraldas e toalhitas de pano
Imagem própria

As fraldas e as toalhitas reutilizáveis, ou seja de material têxtil, têm sido um assunto que frequentemente abordo aqui no blogue. Embora, no momento em que escrevo, as publicações sobre o assunto não estejam nas dez mais vistas do blogue, a verdade é que pelas estatísticas reparo que são das publicações mais frequentemente acedidas.

Quando o Luís fez dois meses fiz um balanço sobre a utilização destes produtos, das toalhitas e das fraldas, e este último não era muito animador. Passado mais dois meses, o tempo passa rápido, tudo melhorou.

Neste momento, já consigo utilizar quase todas as fraldas de pano, sem fugas, bem às vezes acontece, mas isso também acontece nas descartáveis. No entanto, para dormir de noite e para sair continuo a usar descartáveis, isto porque de noite ele dorme muitas horas seguidas e quando saio (estou a falar de saídas grandes, não de ir ao café ou à mercearia) tenho receio de não lhe conseguir mudar logo a fralda. Na verdade, pela minha experiências as descartáveis são bem mais absorventes que as de pano. Para termos a mesma absorvência numa fralda de pano temos de conjugar absorventes extra e o meu menino como é magro com muitos absorventes parece um chouriço. Todavia, o ser mais absorvente em si não é uma mais-valia, penso eu, sobretudo quando estamos em casa, uma vez que não me parece muito saudável a criança andar com a fralda cheia de urina. No entanto, confesso que não uso apenas fraldas de pano, mas se em oito fraldas diárias, por exemplo, uso três descartáveis e cinco reutilizáveis, já não acho nada mau.

Em relação às toalhitas continuo a usar quase em exclusivo as de pano e não quero outra coisa. Tenho um pacote de 70 toalhitas descartáveis aberto há quatro meses e dura, dura, dura.


Mas e em viagem?


Desde que nasceu, o Luís já foi duas vezes à terra do pai e foi ao Algarve. Nestas ocasiões nunca usei fraldas reutilizáveis, não que não o consiga fazer, mas porque passando poucos dias fora, terei que trazer todas as fraldas sujas para lavar em casa. O que significaria que depois ficava basicamente sem fraldas para usar no dia seguinte. No entanto, as toalhitas uso das de pano, na casa dos meus sogros, eles têm algumas, logo nem preciso de levar. Quando fomos ao Algarve levei um saco e no hotel usei sempre toalhitas de pano, mas confesso que quando mudei a fralda no carro usei descartáveis.


E se alguém ficar a tomar conta do Luís?

Aqui o caso muda de figura, aprendi que não posso obrigar ninguém a ser ecológico, se já me fazem o favor de tomar conta dele, não vou pedir que usem as fraldas e as toalhitas reutilizáveis. Até porque a maioria das pessoas não entende porque prefiro usar estes produtos e sinceramente, cada vez, tenho menos paciência para explicar. O que vale é que até hoje ainda só o deixei com alguém duas vezes e isso significa poucas fraldas e toalhitas descartáveis.

Mas afinal porque continuo a preferir usar os produtos reutilizáveis?

Sobretudo pela causa ambiental, sinceramente custa-me imenso deitar um saco de fraldas descartáveis no lixo comum. Claro que vejo a praticidade das coisas descartáveis, e como disse anteriormente também as uso, mas nem por isso sou uma adepta destas. Mas acho que é o facto de eu dizer que uso sobretudo por uma questão ambiental que ainda deixa as pessoas mais incrédulas. Afinal, as pessoas percebem que alguém queira poupar dinheiro, as pessoas percebem que alguém queira cuidar do seu filho, usando coisas mais saudáveis. Mas poucas pessoas percebem que alguém queira cuidar do ambiente e consequentemente do planeta, esse espaço que é de todos.

Digo mais, as pessoas em vez de criticarem e gozarem com quem usa fraldas de pano, deviam era agradecer porque há quem esteja a contribuir para um bem maior. E eu sei que para muitos isto nem sequer é compreensível, porque não pensam em todos os processos até um produto ser fabricado e em toda a realidade após o produto ser descartado.

E para finalizar, ainda no outro dia uma amiga que por acaso até é das que concorda mais com a minha ideia disse-me: "Tens noção que gastas muita água a lavar as fraldas e as toalhitas?"; lá tive de responder: "Qualquer produto novo, na sua produção e transporte, gasta muito mais água do que lavar um produto semelhante em casa".

3 comentários:

  1. eheh, ainda bem que está a correr melhor! Eu usei mais descartáveis quando ele levou a vacina do rotavirus, e agora vamos voltar a usar que vai levar o reforço amanhã. Mas também quando fomos de viagem, porque realmente a não ser que se vá mais tempo e se tenha possibilidade de lavar roupa, as reutilizáveis não sao muito praticas em viagem. Agora as avós tiveram que aprender a usar! Ainda se baralham um bocado, mas estão quase lá! Assim, como assim, não as vejo a ter muito mais jeito para as descartáveis, por isso não podem inventar! ;) (além do que, quando elas foram mães, era de pano que usavam e estas de agora já são muito mais fáceis e diveritdas!)

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  2. Gostei do post, não só pela componente ecológica, como pela partilha de uma realidade semelhante à minha, mas sobretudo porque vejo algo que me acontece e não me queixo: a desaceleração do quotidiano. Dá trabalho lavar fraldas reutilizáveis, guardanapos de pano, o que seja! Mas faz bem ao ambiente e a nós, que em vez de termos de estar no frenesim de ir comprar e gastar e exigir que esteja feito, fazemos parte da produção e do processo. Acontece-me bastante (desculpa a fuga do assunto principal do post!) quando falamos de bolachas: eu ando com o frasquinho de vidro atrás e partilho o processo de produção com a pequenota de casa e muitas vezes oiço o "tenho de ir comprar bolachas" e isso a mim... dá-me pena da pessoa! O gosto que me dá fazer as bolachas em vez de trazer lixo do supermercado no frenesim das compras! E eu que nem sou grande mestre culinária.

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    1. Obrigada pela partilha Magda :)
      Por acaso, ainda não faço bolachas para o meu bebé, mas também é muito raro, ele comer bolachas, mas quero fazer. Concordo com o que disse, embora às vezes não tenhamos tempo para fazer tudo, fazer pelas nossas próprias mãos é muito melhor do que comprar tudo feito. Acho que além da causa ambiental, é muito mais enriquecedor. Nunca me vou esquecer dos bolos que a minha mãe fazia, mas se calhar já me esqueci dos que ela, às vezes, comprava ;)

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