quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

A música também pode ser nuclear

Hoje li esta notícia Quercus exige encerramento de central nuclear espanhola em Almaraz e lembrei-me desta música do grande Fausto.


A música retrata a suposta vida de Rosalinda depois da construção da Central Nuclear que esteve programa para Ferrel (concelho de Peniche). Ainda bem que nunca foi construída, por todos os motivos lógicos e porque no longínquo ano de 1995 foi nessa localidade que foi o meu primeiro acampamento dos escuteiros. E nessa altura era tudo perfeito, sem central nuclear.

O que não entendo é como é que actualmente com tantas formas de aproveitamento de energias renováveis continuamos a usar estes tipos de energia.


"Rosalinda
se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

a branca areia de ontem
está cheiinha de alcatrão
as dunas de vento batidas
são de plástico e carvão
e cheiram mal como avenidas
vieram para aqui fugidas
a lama a putrefacção
as aves já voam feridas
e outras caem ao chão

Mas na verdade Rosalinda
nas fábricas que ali vês
o operário respira ainda
envenenado a desmaiar
o que mais há desta aridez
pois os que mandam no mundo
só vivem querendo ganhar
mesmo matando aquele
que morrendo vive a trabalhar
tem cuidado...

Rosalinda
se tu fores à praia
se tu fores ver o mar
cuidado não te descaia
o teu pé de catraia
em óleo sujo à beira-mar

Em Ferrel lá p´ra Peniche
vão fazer uma central
que para alguns é nuclear
mas para muitos é mortal
os peixes hão-de vir à mão
um doente outro sem vida
não tem vida o pescador
morre o sável e o salmão
isto é civilização
assim falou um senhor
tem cuidado"

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