sábado, 22 de agosto de 2015

Roupa de bebé nacional

Já aqui falei sobre as questão da roupa, Roupa - Made in qualquer coisa, bem como neste Roupa o que lhe fazer. Hoje vou voltar a falar de roupa, mas de roupa de bebé, neste caso do meu futuro bebé, estou grávida de sete meses.

Até agora ainda não comprei praticamente nada para o meu bebé, isto porque me têm oferecido bastantes coisas. Como a principal pessoa que me tem oferecido coisas é a minha sogra, a qual tem comprado quase tudo em lojas de comércio tradicional de uma vila portuguesa, quando andei a ver as etiquetas fiquei muito contente por quase tudo ser: Made in Portugal.

A roupa ao ser feita em Portugal estamos a impulsionar a economia portuguesa, a gastar menos em transportes e combustíveis (somos assim mais sustentáveis), temos garantia que os trabalhadores que a fazem têm direito a um salário mínimo, a segurança social, etc (temos certeza não temos? pelo menos temos mais certeza do que se for feita na China). Além disso, em princípio hão-de cumprir melhor as normas da União Europeia relativas aos produtos tóxicos (esta notícia: Greenpeace encontra produtos tóxicos em roupa infantil de marcas internacionais; dava conta desta problemática em marcas tão comuns por cá como a H&M, C&A e Primark, entre outras).

Assim, comecei a pensar que tenho de garantir que vou comprar muitas coisas para o meu bebé que sejam feitas em Portugal. O que acho uma opção mais sustentável e socialmente correcta.

Mas a questão é que a maioria das lojas de crianças a que comecei a ir não têm roupa de fabrico nacional. Nem a portuguesa Zippy que pertence ao grupo Sonae, onde quase tudo é Made in China. Mesmo as lojas mais caras como a Pré-Natal é quase tudo feito em terras distantes. A Chicco por acaso ainda não apreciei, apenas comprei uma cinta de gravidez da Chicco e era feita em Itália (menos mal). Mas entretanto, descobri uma loja chamada Blue Kids, há várias pelo país, e com roupa de boa qualidade, a preços acessíveis e tudo nacional.

Depois disso, a falar com uma futura mamã (entretanto já teve o bebé) que é de Coimbra, ela disse-me que tinha encomendado alguma roupa pela internet no site da Maiorista, ao que ela me disse que era uma marca com uma óptima relação qualidade-preço e que havia várias em Lisboa. Fez-se luz, lembrei-me desde sempre de ver lojas da Maiorista pela baixa lisboeta (há lojas no Martim Moniz, Rua do Ouro, Rossio, Rua de Santa Justa, e ainda, na Rua Morais Soares, o que significa imensas lojas na linha verde do Metro, a linha que utilizo diariamente).

Imagem retirada de www.maiorista.pt

Entretanto já fui a uma das lojas, tem imensas coisas giras, a preços relativamente acessíveis (acho comparáveis a uma H&M ou C&A) e de óptima qualidade (melhor que as da loja que falei). Estou aqui a fazer publicidade sem ser paga, mas é necessário divulgarmos o que achamos bom. Apenas não comprei mais coisas porque não há necessidade de comprar coisas infinitas, mas gostei muito.

Assim acredito que a Maiorista, tal como a Blue Kids e outras marcas (sei por exemplo da Girandola que também é roupa portuguesa, mas nunca fui a nenhuma loja, não sei os preços) são óptimas opções. As vantagens são várias:

- Produção nacional, impulsiona economia nacional;
- Menores encargos em questões de transportes e consequente poluição e provavelmente menores gastos em embalagens;
- Existência de normas ambientais e sociais das fábricas onde são produzidas as roupas;
- Menor probabilidade de existência de produtos tóxicos proibidos na União Europeia.

Para mim, o caso da Maiorista ainda tem uma vantagem adicional, o que também se repercute a nível de poluição. As lojas Maioristas encontram-se todas na minha rota casa-trabalho-lazer. Hoje, por exemplo, fui de carro para a minha loja, mas depois fui até lá a pé. Mas posso aproveitar o meu passe, só coisas boas. Sem contar que comprando no comércio de rua, estou a impulsionar o comércio urbano, o que é sem dúvida uma enorme vantagem para a vida de uma cidade.

Não estou com isto a dizer que não vou comprar nada que não seja português, sim já comprei na Zippy, C&A e H&M (uma peça para aí em cada), mas sem dúvida que já elegi a Maiorista e a Blue Kids para as minhas lojas infantis preferidas.

E bem claro que já me falaram da beleza, da maravilha, da loucura que é a roupa infantil da Primark, tão barata que dá para comprar uma quantidade de coisas, usar duas ou três vezes e mandar fora, isto são as vantagens que as pessoas me costumam dizer. Penso que não seja preciso mencionar que não acho nada disto uma vantagem, aliás acho que a roupa da Primark para bebé é de má qualidade, também não se podia esperar mais ao preço que é. Mas não estou interessada e mesmo que não fosse por todas as questões ambientais e sociais, era porque não costumo ir a nenhum centro comercial que tenha Primark (e não me vou deslocar a um de propósito para isso), além disso é uma loja demasiado caótica para meu gosto.

Claro que ainda há soluções mais ecológicas. Nomedamente reutilizar roupinhas de outros bebés, já que a roupa deixa de lhes servir tão rápido. Por enquanto, ainda ninguém me deu nada em segunda mão (bem já me deram o penico). A verdade é que entre os meus amigos vou ser das primeiras a ser mãe.

Depois, há outras soluções como as lojas Kid to Kid, acho um excelente conceito, venda de roupa em 2ª mão e alguma de excelente qualidade e baratíssima, já fui à loja do Parque das Nações, mas não comprei nada.

Um dos grandes problemas de ninguém me dar roupa em 2ª mão e não encontrar nada na Kid to Kid para o meu bebé é que não sei o sexo do bebé, nem queremos saber, logo só compramos coisas neutras. E pelo que percebi a maioria das pessoas só compra coisas azuis e cor-de-rosa. Mas nós preferimos assim, tudo neutro, para reutilizar num segundo filho.

Nisto tudo, é óbvio que se alguém me der uma peça de roupa de fabrico estrangeiro (pouco fiável) ou mesmo da Primark irei usar na mesma, acima de tudo devemos combater o desperdício. Mas como consumidora, não é o que quero comprar, não digo que nunca compre, mas não quero que seja um hábito. Porque eu quero um bebé com um consumo consciente.

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