quarta-feira, 2 de novembro de 2016

Ser ecológica nas redes sociais: um agradecimento

Comecei a pensar neste assunto depois de ler a publicação (Sustentabilidade e Redes Sociais) da Catarina no seu blogue Ecológica, quem? Eu?.

E vou transcrever duas passagens com as quais também me identifico e que, por vezes, me deixam a pensar:

"A maioria delas ligada à questão de poder ser contraditório escrever sobre sustentabilidade, natureza, slow-living, ambiente (entre outros temas do género) e ir-me ligar às redes sociais, que são, muitas vezes, o baluarte e o principal exemplo de tudo o que critico na nossa sociedade actual."
"Se critico a selvajaria virtual das pessoas, a que se assiste quando acontece alguma coisa negativa, e o desregramento e falta de contenção nas opiniões e desinformação? Sim.
Se critico as pessoas que muito "teclam" e "postam" mas que na verdade pouco fazem e normalmente são Madres Teresa de Sofá (pois pôr a mão na massa e tomar atitudes reais para que a vida de todos seja melhor dá trabalho)? Sim."

No entanto, depois de muito pensar, decidi fazer esta publicação porque se sou mais sustentável devo-o à internet (mais especificamente às redes sociais) e às pessoas (muitas que não conheço pessoalmente) com as quais aprendo todos os dias a ser mais ecológica. A verdade é que tem sido nas redes sociais que tenho encontrado pessoas que pensam como eu em diversos temas, os quais na sua generalidade visam um mundo mais sustentável.

Entre as redes sociais destaco os grupos que acompanho no facebook, os quais têm sem dúvida mudado a minha vida, têm-me feito acreditar que é possível. Acreditar que é possível ser diferente da generalidade e das imposições da sociedade até porque há muito quem pense como eu (coisa que com as pessoas que conhecia, nos meus círculos mais comuns, raramente acontecia).

Afinal, em rede, em comunidade funcionamos melhor e se, por vezes, a comunidade física em que vivemos não é/está aberta às nossas ideias, podemos procurar criar outras comunidades. Lançar sementes e colher frutos.




Imagem retirada de http://portal.aprendiz.uol.com.br/arquivo/2013/11/29/plataforma-reune-atividades-educativas-sobre-cultura-ambiental/arvore_hl/



Mas afinal o que mudou? E onde? 


Vou tentar elencar de forma resumida e assim mesmo agradecer.

Primeiro, há muitos anos mudou-me o blogue 365 coisas que posso fazer..., o qual me fez olhar a causa ambiental de outra forma. Foi realmente muito importante. Depois ajudou-me, eu própria criar este blogue, pesquisar, pensar, escrever.

Mas acho que foi na sustentabilidade na maternidade que mais me ajudaram as redes sociais, nomeadamente os grupos no facebook. Foi aqui que vi que há mais gente a usar e acreditar que se deve usar fraldas de pano do que aquilo que alguma vez imaginei, foi essencial ler os testemunhos, as dúvidas e tudo o resto sobre as fraldas, mesmo em alturas que parecia estar a correr pior. Usar fraldas de pano (mesmo que não exclusivamente) é algo que muito me orgulha.

Depois, ainda nas questões da maternidade, o grupo de apoio à amamentação também foi essencial para me fazer acreditar que é possível. Que é possível criar um filho mais saudável, sem estar depende de leites artificiais. Também foi nestes grupos que soube da existência da papas comerciais mais saudáveis ou que li pela primeira vez receitas de papas caseiras. O que muito me fez afastar das quase imposições de consumo infantil que nos inundam a casa através da publicidade.

Depois, embora seja um grupo que não acompanho tanto, o grupo da Permacultura é uma importante fonte de inspiração para um mundo mais sustentável. Bem como outro grupo de cariz mais intimista tem sido bastante importante para me dar segurança naquilo em que acredito, bem como na possibilidade de conhecer outras formas de ver o mundo que por vezes nem tinha equacionado.

Mas continuando, foi também nas redes sociais que comecei a comprar mais produtos em 2ª mão e a achar normal fazê-lo. A ideia sempre inspiradora de reaproveitar recursos.

Mais recentemente, o grupo Lixo Zero, o qual não consigo acompanhar tanto quanto gostaria, tem-me mostrado que há bastante gente a pensar nas mesmas questões que eu (algumas pessoas a pensar muito mais à frente do que eu) e que juntos podemos partilhar ideias e mudar aos poucos.

Por isto tudo e por mais coisas que provavelmente agora não me lembrei, sinto-me grata a todas estas pessoas com quem me cruzo virtualmente e que me fazem acreditar que é possível um mundo melhor. Várias pessoas têm contribuído para a minha pretensão de ser mais conhecedora do mundo/natureza e para ser mais sustentável.

E é assim que quero começar este mês de Novembro, a agradecer a todos, os que mesmo invisivelmente, me têm ajudado nesta caminhada que quis fazer. Pessoas que provavelmente eu nunca conheceria se não fossem as redes sociais.

1 comentário:

  1. Agora que já passaram uns meses desde que escrevi esse texto e que me envolvi um pouco mais nessas redes, reconheço alguns pontos positivos. Tal como dizes, através destas plataformas consegue-se entrar em contacto com pessoas que pensam da mesma maneira que nós e consegue-se aprender muito. E partilhar também :)
    Beijinhos :*

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