terça-feira, 24 de novembro de 2015

Presentes de Natal

E hoje falta exactamente um mês para a véspera de Natal. Para o dia que todos damos presentes, recebemos presentes e tal. Eu gosto da ideia de dar presentes no Natal, a ideia de trocar presentes como simbologia. Dar algo porque nos lembramos daquela pessoa. Por isso mesmo nunca gostei de receber dinheiro, nem gosto da ideia que algumas famílias têm de apenas dar presentes às crianças. Porque numa família acho que todos têm direito a receber um mimo e uma lembrança.

E os presentes de Natal não precisam de ser coisas espectaculares e caríssimas, adoro aquelas pequenas lembranças, sim sou daquelas que gosto de receber pares de meias, aliás sempre gostei. Os presentes de Natal devem ser lembranças, simples e sinceras.

Assim, gosto do Natal nesse sentido, mas não gosto muito do consumismo exagerado, dos anúncios e tenho horror a centros comerciais nos dias anteriores ao Natal. Há uns dois anos lembrei-me de ir à ToysRus na antevéspera de Natal comprar a prenda para a minha sobrinha e jurei para nunca mais.

Nos últimos anos quase sempre dou algumas lembranças feitas por mim, frascos de doce, chutney, bolos (sim já dei bolos) ou caixinhas que pintei. Acho sempre que as pessoas nunca ficam a pensar "wow que bom um doce", mas pronto, eu dou o que acho que devo dar e pronto. Este ano, ainda, tenho dúvidas se vou conseguir fazer o que quero dar a tempo, se conseguir depois mostro.

Mas se eu sou contra o consumismo desmedido como posso estar aqui a incentivar as prendas? Pois, por isso mesmo, acho que podemos dar prendas sem tentar que seja um consumismo louco. E, normalmente sigo algumas ideias:

  • Oferecer mesmo algo que a pessoa precise ou queira muito: até pode ser algo pouco amigo do ambiente e que venha da China, se sabemos de antemão que determinada pessoa vai mesmo comprar aquilo podemos sempre oferecer;

  • Oferecer lembranças feitas por nós: estas lembranças podem ser mais ou menos ecológicas, depende do que fizermos, eu quando ofereço os doces estou a reutilizar frascos, logo acho que até contribui para a redução do desperdício. Mas também podemos fazer coisas com materiais comprados, neste caso, estamos a dar o nosso cunho pessoal e a mostrar à pessoa que fizemos algo para ela em concreto, acho que isso é o espírito natalício;

  • Oferecer produtos alimentares produzidos em Portugal: estes presentes têm realmente uma função, sabemos que as pessoas os vão comer, logo não vão (em princípio) ficar esquecidos em qualquer canto durante anos. Ao escolhermos produtos feitos em Portugal estamos a divulgar os produtos endógenos e a estimular a economia e ainda contribuímos para a menor importação (e consequente poluição) de produtos vindos do outro lado do mundo. Por exemplo, o meu namorado costuma muito oferecer garrafas de vinho, uma lembrança barata, nacional e que sabe que as pessoas lhe vão dar uso. A ideia é só dizer "lembrei-me de ti". Há uns anos andei a oferecer uns pacotes super fofinhos da Loja das Conservas, quem é de Lisboa passe por lá ou pela Conserveira de Lisboa, de certeza que vão encontrar algo para alguém;

  • Oferecer produtos artesanais: o que não falta nesta altura do ano são pequenas feiras de artesanato por aí, nada ao nível de cidades como Londres, mas pronto já temos várias. Ao comprarmos produtos artesanais estamos a dar presentes únicos e a ajudar pequenos artesãos, os quais nem sempre têm facilidade de vender numa economia super competitiva;

  • Oferecer livros: convém que seja a alguém que goste de ler, pode não ser o presente mais ecológico, mas um livro é sempre uma viagem e sempre uma mais-valia, os livros podem viver anos e tornar gerações felizes;

  • Oferecer plantas: se temos dúvidas do que oferecer a alguém, uma planta é sempre uma boa ideia, mas assim uma planta num vaso, podemos evitar os ramos bonitos que dali a uns dias já estão mortos. Oferecer uma planta é oferecer vida a uma casa;

  • Oferecer presentes solidários: estes presentes possibilitam-nos oferecer algo a alguém querido e ajudar outro alguém, estou a lembrar-me por exemplo dos presentes Unicef que até se costumam vender nos supermercados, mas há muitas mais instituições, por exemplo há uns anos comprei para mim uma tshirt do loja do Movimento ao Serviço da Vida. Adorava a tshirt, aliás ainda a tenho, mas acho que nunca mais me vai voltar a servir. Mas há muitas mais instituições que fazem estes produtos que podem ser bons presentes;

  • Oferecer bilhetes para espectáculos ou outras actividades: outra coisa que vou tendo por hábito oferecer, claro que não a toda a gente, depende das pessoas, mas volta e meia lá ofereço, são bilhetes para teatro, o único problema às vezes é escolher as datas. Não estamos a oferecer um bem material, mas estamos a oferecer uma experiência, acho que é algo bem positivo. No caso do teatro estamos também a divulgar e apoiar a cultura;


E assim de repente são estas as possibilidades que acho que podemos pensar neste Natal, de forma a termos um Natal com um menor consumo, menos materialista e com menor acumulação de resíduos e consequentes danos ambientais. Alguém sugere algo que não me tenha lembrado? Claro que o menor consumo possível é não oferecer nada a ninguém, mas um mimo nunca fica mal.


Costumo, normalmente ter estes pensamentos em mente para as prendas de Natal, aliás para o que dou na generalidade. Mas nem sempre é fácil até porque muitas vezes as pessoas esperam receber bens materiais. E como eu não sou também sempre 100% ecológica e cumpridora, muitas vezes lá ofereço um presente mais materialista, consumista e capitalista.

Imagem retirada de https://karinebre.wordpress.com/2012/12/20/reflexao-de-final-de-ano/consumismo-natal/

Vamos reflectir sobre isto? Ainda temos um mês.

1 comentário:

  1. Excelente! :) Também me desagrada o consumismo do Natal. Na minha família não trocamos muitas prendas (entre adultos, pelo menos, o meu sobrinho, e agora o Afonso, são caso a parte...). Valorizamos mais a companhia ;). só a minha mãe é que se estica mais com as filhas e com o neto (e este ano já são netoS;))
    As minhas ofertas de eleição são ou coisas feitas por mim (que este ano não há!) ou livros, de acordo com as preferencias de cada um. E aí gosto sempre de aproveitar as feiras do livro de natal. (Eu pessoalmente adoro livros e sou um bocadinho sentimental com eles, eu sei que é totó, no mínimo, mas chego a ter pena dos livros nestas feiras que já tem preços e marcas de outras feiras e que ainda ninguem os quis...)

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