domingo, 13 de setembro de 2015

Curtumes, Bangladesh, Poluição, Ambiente, Saúde



Já aqui falei antes das minhas dúvidas sobre comprar roupas e outros produtos feitos em países como o Bangladesh (ver postagens Roupa de bebé nacional e Roupa - Made in qualquer coisa). No outro dia, por acaso apanhei um documentário da SIC Notícias sobre fábricas de curtumes no Bangladesh. E se já tinha várias dúvidas e tentava restringir as compras de produtos originários destes locais, fiquei chocada com o documentário.

Além das minhas preocupações ambiente decorrentes dos transportes destes produtos até Portugal e das preocupações que já tinha com as questões laborais existentes, acho que agora tenho mais umas quantas limitações a estes produtos. A falta de legislação ambiental, causando doenças aos trabalhadores e efeitos nos solos e água é terrível. Sem contar com a falta de legislação laboral, ainda pior do que eu imaginava. Tudo demasiado mau para ser verdade, aconselho a verem o documentário, deixo aqui uma amostra.




E se as questões relativas ao ambiente e questões laborais me chocaram, coisas houve que ainda mais me indignaram, por não estar de todo à espera. O que mais me apanhou de surpressa foi o que fazem a alguns restos dos curtumes, os quais acabam por via indirecta na nossa alimentação. Os restos de curtumes cheios de tóxicos servem para fazer rações para peixes e frangos. Rações essas que serão dadas a animais consumidos na Europa. Neste momento, esses tóxicos existentes nos restos dos curtumes do Bangladesh podem estar aqui entre nós, pior dentro de nós. É nestas alturas que penso como são saudáveis as minhas galinhas que só consomem restos vegetais, cereais (sobretudo milho) e um ou outro bicharoco que apanham.

Este documentário mostra o que é o capitalismo a uma escala inimaginável. É este mundo que queremos para nós?
Como ajudar a população do Bangladesh? Acho que só quando o governo local tomar consciência que a vida de toda a sua população é mais importante que a economia. E quando as grandes multinacionais sintam a pressão dos consumidores em não quererem produtos fabricados daquela forma, com todas as suas consequências.

Por isso, mais uma vez comprem português, comprem europeu.



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