sexta-feira, 14 de agosto de 2015

As festas populares e a última oportunidade para um produto inútil

Este fim-de-semana é, provavelmente, aquele que concentra maior número de festas populares em Portugal. De Norte a Sul há sempre umas quantas festas de aldeia, procissões, bailaricos e tudo o mais. Este momento é aquele em que as pessoas regressam às suas terras, a família e amigos encontram-se e toda a gente de repente gosta de ranchos folclóricos, procissões (nem nesta altura me conseguem convencer) e até de música pimba. Assim, uma mistura entre o sagrado e o profano.

Mas o que isto pode ter que ver com a redução do lixo, aparentemente nada. Até porque nestes momentos há imenso lixo a ser produzido e deitado fora, sobretudo copos de plástico para a cerveja.

Mas também é altura ideal para nos vermos livres de alguma tralha que vamos acumulando em casa e que diga-se passagem não serve para nada. Mas também achamos um desperdício deitar no lixo, pelo menos eu acho, pois na maioria dos casos são coisas que não podem ser recicladas e têm de ir para o lixo indiferenciado e quem sabe se alguém até lhes dá utilidade. Assim costumo guardar coisas que vão aparecendo lá por casa para dar para a banca da quermesse da festa da terra do meu namorado. O que costumo recolher são coisas como porta-chaves, fitas porta-chaves, artigos que oferecem como publicidade, por exemplo bolas de borracha, bibelots que alguém deu mas nunca foram usados, e sei lá qualquer coisa que eu não veja utilidade, mas que alguém possa achar que sim, como um descascador de ananás da Oriflame.

Não digo que a pessoa a quem lhe sair aquele prémio lhe veja qualquer destino útil, se calhar vai mandar para o lixo quando chegar a casa, é provável. Normalmente os prémios da quermesse são tão inúteis que eu guardo a maioria que me saí num ano para dar para a quermesse do ano seguinte. O que me leva a pensar que se toda a gente fosse assim, o produto pode ser sorteado na quermesse durante anos. Mas bem é mais uma maneira de contribuir para este tipo de festas, para manter a tradição e passar um bocado a desenrolar rifas à espera que nos saia algo fantástico.

Sei que grande parte dos prémios são comprados em grandes quantidades a fabricas com produtos em fim de stock, mas isso significa um encargo financeiro para a organização da festa. Muitos outros são oferecidos por empresas locais, mas já ouvi dizer que com a crise estas dão cada vez menos. Então podemos sempre ser nós a dar e a esvaziar a casa... e imaginar que alguém vai dar utilidade ao descascador de ananás.


Imagem retirada de http://escolabasicadacovilha.blogspot.pt/2010/11/feira-de-outono-magusto.html

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