Acabei de ler há poucos dias o livro "Dormir Nu é Ecológico" de Vanessa Farquharson, o qual me deu bastantes ideias que posso implementar aos poucos na minha vida. Mas houve uma passagem do livro que me fez lembrar de outras coisas, assim diz:
"Nesse momento, a minha avó entrou na cozinha e juntou-se à conversa, recordando que, durante a Depressão e a guerra, não tinham, outro remédio senão comer o que se produzia na região. Na verdade, quem não tinha uma horta nas traseiras onde cultivar os seus próprios vegetais, via-se obrigado a candidatar-se a um lote de terreno, comparável a uma horta comunitária, porque a carestia de alimentos era cada vez mais grave. Entretanto, as roupas eram em geral confeccionadas em casa com agulhas de tricô e máquinas de costura e passavam de uma geração à seguinte. A maior parte das pessoas não tinha automóvel e ninguém fazia férias.
Apercebi-me então que qualquer espécie de comiseração que eu pudesse alimentar em relação a mim própria era completamente despropositada."
Esta é a realidade, agora falamos tanto em sustentabilidade, ambiente, ecologia mas produzimos cada vez mais resíduos, os produtos percorrem cada vez mais quilómetros em importações muitas vezes desnecessárias. Cada vez consumimos mais global, mas esperamos reduzir a nossa pegada ecológica. Como? Falamos de reciclagem, mas esquecemos constantemente a reutilização, por exemplo as garrafas de vidro que tinham quase todas taras foram trocadas por garrafas PET, latas e garrafas de vidro de tara perdida. Cada vez consumimos mais recursos, cada vez somos menos sustentáveis.
Esta história dos avôs da autora do livro faz-me lembrar o meu avô.
O meu avô que já morreu há 15 anos tinha a mania de queimar o seu lixo, o que não se deve fazer, mas não nos podemos esquecer que ele ainda é do tempo que nem havia recolha de lixo. Ele tinha essa mania, mas no fundo que lixo ele fazia? Os restos de comida iam para as galinhas, alguma lata ou qualquer coisa de metal vendia para o ferro-velho, pouco consumia, talvez a maioria do seu lixo fosse algum papel e um ou outro plástico. Claro que o plástico nunca se deve queimar, mas a quantidade devia ser tão pouca que não era nada de extraordinário. Uns anos antes dele morrer vieram uns primos passar férias a casa dele. Como habitualmente ele decidiu queimar o lixo, no entanto aquilo começou a explodir por todo o lado, coisa que nunca lhe tinha acontecido. Eram estalidos e um cheiro horrível.
Afinal o lixo estava cheio de pensos higiénicos e ele não fazia ideia, talvez na cabeça dele nem fizesse muito sentido a existência de pensos higiénicos plásticos. Acho que depois disso deixou de queimar lixo.
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