sábado, 4 de junho de 2016

Chernobyl e a vida selvagem

Já se passaram 30 anos desde o desastre nuclear de Chernobyl, acontecimento marcante do meu ano de nascimento. Tão marcante que anos mais tarde percebi que a minha Tia Laura (a mesma que me fazia Coca-Cola caseira) tinha medo que o meu crescimento e desenvolvimento fosse afectado pelas radiações da central, muito provavelmente o medo devia-se a não fazer a mínima ideia onde ficava a Ucrânia.

Mas passando à frente, o que é hoje Chernobyl? Inesperadamente, a área à volta da central tornou-se num local de vida animal selvagem (podem ver a notícia). A questão é fácil de explicar, é que embora a área tenha elevados níveis de radiação, os animais estão protegidos da sua maior ameaça, o ser humano. Ali, não existe quem lhes destrua o habitat, nem caçadores prontos para os matar.

A concentração de radiação é elevada, mas como sempre a natureza adaptou-se. Isto faz-me lembrar quando visitei as Minas de São Domingos, perto de Mértola (podem conhecer aqui a história) onde conclui que aos poucos a natureza adapta-se mesmo a tudo. Bem a tudo, talvez não, acho que nunca se vai adaptar a nós, seres humanos e às nossas acções diárias de destruição, mas quando nos afastamos a natureza segue o seu rumo.

Imagem retirada de http://www.jn.pt/mundo/galerias/interior/chernobyl-e-reserva-inesperada-de-vida-selvagem-5142567.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter

Imagem retirada de http://www.jn.pt/mundo/galerias/interior/chernobyl-e-reserva-inesperada-de-vida-selvagem-5142567.html?utm_source=dlvr.it&utm_medium=twitter


Por esta mesma razão, o meu marido tem uma posição muito mais pragmática do que eu. Acha que destruirmos a natureza a nível global, não trará grande mal ao mundo porque significa que vamos extinguir a nossa espécie e quando isso acontecer todas as outras espécies (as sobreviventes) conseguir-se-ão adaptar. Basicamente, ele quase que diz que nós é que estamos cá a mais. Eu, talvez por me recusar a pensar que um dia nos vamos extinguir, acho que temos mesmo é que mudar de padrão comportamental. Mas acho que a longo prazo o que vai acontecer é mesmo a nossa extinção, as espécies que ainda existirem depois poderão ser livres.

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