sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Pelo dever de votar (consciente)

E cá estamos nós novamente, prontinhos para irmos votar.

Votar é um direito, no meu entender, votar devia ser um dever. Votar é participarmos na vida no nosso país, é escolher, é em última instância continuarmos a homenagear todos aqueles que lutaram durante anos, muitas vezes pondo a sua vida em risco, para que hoje possamos votar.

Por isso devemos votar. Votar em consciência com aquilo que entendemos que é o melhor para nós e para o nosso país. Antes de votar devemos estar informados e pensarmos bem em quem votamos.

Acho que devemos realmente votar em quem acreditamos, ou pelo menos naqueles com quem mais nos identificamos. E não irmos pelo facilitismo do voto útil e da maioria absoluta.

E é sobre isso que eu quero falar, não vou dizer em quem voto, apenas dar a minha opinião sobre esta história do voto útil e de maiorias absolutas.

Isto serve para aquelas pessoas que me dizem, Votar nesses partidos é um desperdício, eu respondo Não! Votar em quem acreditamos é crer na mudança.

Ao contrário do que as pessoas costumam dizer nas eleições legislativas não votamos para eleger o primeiro-ministro. Votamos para eleger deputados, todos os distritos têm X deputados para eleger, o número de deputado varia conforme o número de habitantes do distrito.

Assim, não percebi o espanto da comunicação social a dizer há umas semanas que o PS pode ter mais votos que a coligação PàF, mas a PàF ser convocada a formar governo pois pelas sondagens parece ter mais deputados. Pois é isso, quem tem mais deputados é que forma governo.

A outra questão são os partidos, sobretudo os dois principais que normalmente dizem que precisam de uma maioria para governar. No meu entender, dar a maioria a um governo é dar-lhe todas as possibilidades de fazer o que querem, porque depois de serem governo, ninguém vê se realmente este cumpre o que prometeu durante a campanha eleitoral.

Para mim, um governo não necessita ser maioritário, precisa sim de conversar e de encontrar consensos com os deputados de outros partidos. Nem sequer deve ou precisa de ter uma coligação pós-eleitoral para governar. Precisa de governar de uma forma mais participativa e congregadora.

Quando trabalhamos em equipa cabe a todos decidir, até podemos ter um coordenador, mas todos devemos contribuir para o trabalho final. No fundo, o que vale termos tantos deputados, se grande parte deles têm disciplina de voto e se todos pensam da mesma forma. A assembleia têm uma função, os deputados têm a sua função, se votar fosse só para formar um governo maioritário, seria preciso tanta gente?

Se nós cidadãos comuns somos tão diferentes, não é estranho todos votarmos nos mesmos partidos? Nos mesmos cinco partidos, com destaque para dois grandes partidos. Só porque nos convencem que essa é a única solução possível. Porque dizem eles: "tem de existir estabilidade". Eles são políticos, pagos por todos nós, devem no meu entender saber chegar a consensos. Se não têm essa capacidade é porque, provavelmente, não têm competências para as funções que desempenham.

Acho que uma democracia madura pode muito bem ter um governo minoritário que saiba conversar com pequenos partidos, os quais podem conseguir levar as suas ideias em diante. Para isso é necessário haver cedências de ambas as partes, mas não é isso que fazemos todos os dias? Cedemos com a família, com os amigos, no trabalho. Porque eles não sabem ceder?

Nisto do voto útil, apenas vejo alguma utilidade em distritos que elegem pouquíssimos deputados, por exemplo, em Beja só se elegem 3 deputados. Logo muito dificilmente se vai conseguir eleger um deputado de um partido pequeno. Mas no meu distrito, esse caso nem se põe.

Com isto não quero dizer que não se vote nos partidos que estão representados na Assembleia, nem sequer digo para não votarem nos partidos que disputam a vitória nestas eleições.

Mas perguntem-se: Porque vou votar neste ou naquele partido? Concordo com o que eles defendem? Existe algum partido com o qual me identifique?

Voto útil não é nenhum voto que seja útil para os outros. Voto útil é aquele que nos é útil a nós.

Dia 4 de Outubro vamos votar em consciência.




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