Já aqui falei antes dos resíduos cá de casa, na sua divisão, mas nunca falei do problema de receber pessoas cá em casa no que se refere ao lixo.
O último fim dos meus bens é reciclar, tudo aquilo que eu sei que se pode reciclar é reencaminhado para o respectivo caixote. Logo tenho uma imensidão de caixotes, caixas e sacos para a divisão dos resíduos.
Assim na cozinha tenho:
- caixote de reciclagem onde ponho embalagens, papel e vidro (ponho sobretudo embalagens, normalmente o papel e o vidro vou pondo noutros em casa);
- alguidar ou qualquer coisa do género em cima da bancada onde vou pondo os restos alimentares (o que tem de ser despejado constantemente) os quais dou às galinhas e quando é carne ao meu cão (é raro sobrar carne);
- caixote indiferenciado onde ponho guardanapos e coisas que sei que não dão para reciclar, tais como algo partido de cerâmica, canetas, etc;
- um frasco para as rolhas de cortiça
Na casa de banho tenho:
- um caixote que basicamente sem ser os cotonetes, só costuma receber embalagens (de qualquer forma antes de despejar revejo tudo o que lá está dentro e separo)
No quarto onde costumo passar a ferro e guardar mais coisas tenho:
- o pilhão, onde também guardo pequenos electrodomésticos, baterias e lâmpadas;
- um saco para roupa velha e bocados de têxteis para entregar para reciclagem;
- um caixote para papéis.
No sótão, onde é o meu quarto:
- um caixote para papéis;
- um caixote para lixo indiferenciado.
No quintal:
- um caixote para a reciclagem (papel, embalagens e vidro), o vidro grande maioria das vezes separo-o logo à partida.
- garrafões onde ponho as tampinhas plásticas.
Tenho ainda sítios onde guardo coisas para reutilizar:
- uma caixa para frascos de vidro;
- uma caixa para garrafas de vidro (a maioria vai para reciclar, mas guardamos sempre umas quantas);
- na secretária papel de rascunho que levo para a minha loja;
- nas gavetas da máquina de costura, tecidos que penso que ainda podem ser reaproveitados;
- sacos onde guardo sacos de plástico e papel.
Ufa e acho que é tudo.
Quando varro o quintal e mesmo a casa, se for apenas pó, folhas, pelos do cão e da gata deixo-os num dos canteiros de flores ou ponho no monte de estrume para compostar. Quando apanho algo de plástico, separo e ponho num dos contentores correctos.
E isto não me parece muito difícil de perceber, mas já notei que o é para a maioria das pessoas que vêm cá a casa. Se têm de deitar algo fora, põe no caixote mais à mão, não se preocupam minimamente em me perguntar onde se põe aquele tipo de lixo. Assim ontem fui dar com o meu contentor de embalagens do quintal cheio de folhas secas, a minha sogra que teve cá a passar uns dias decidiu ajudar-me e varrer o quintal, e a seguir dar-me trabalho a separar todas aquelas folhas das embalagens.
Tentei mais uma vez evangelizá-la sobre os benefícios da reciclagem e que a devíamos fazer, mas pronto não consigo. As pessoas que não separam os resíduos, quando lhes digo algo costumam rir e dizer que não têm tempo. Bem ao menos que fossem sinceras e admitissem que não têm é paciência.
Claro que não é só ela, aliás ela tem 60 anos e não faz, mas a minha irmã tem 38 anos e também me diz que não tem tempo. Impressionante como só não têm tempo para o que não lhes interessa. Gostaria realmente de perceber qual a dificuldade de separar lixo e como as pessoas não percebem o que significa não se separar. Lembro-me de ser bem pequena, talvez uns 5 anos e já ia com a minha avó ao vidrão, naquele tempo existiam dois tipos de vidrão, um para o vidro branco e outro para o vidro de cor. No início de existir sistemas de recolha em Portugal, a minha avó que nunca tinha andado na escola já sabia que devia reciclar e conheço pessoas novas e licenciadas que ainda me dizer que não têm tempo. Pior nem têm consciência quando vêm à minha casa que se tenho vários tipos de caixotes de lixo é porque o objectivo não é misturar todo o lixo no mesmo.
Sem comentários:
Enviar um comentário